“Programa entre a UE e a Turquia é uma catástrofe humanitária”

13 de março 2016 - 18:11

Catarina Martins afirmou que o governo devia retirar a proposta de participar no programa acordado entre a UE e a Turquia porque ele representa uma catástrofe que a própria ONU já condenou.

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Foto de Paulete Matos

Em resposta a perguntas dos jornalistas, a porta-voz do Bloco disse que “ talvez não fosse mau que o PS perguntasse a António Guterres como é que ele considera este plano entre a União Europeia e a Turquia para os refugiados porque ele é uma verdadeira catástrofe humanitária”.

Na abordagem de outros assuntos, a dirigente bloquista reafirmou que o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa “não tem condições para continuar no cargo” porque quando precisava de ser regulador é banqueiro e quando precisava de defender Portugal cumpre as ordens de Frankfurt.

“Mas, acrescentou, o problema financeiro em Portugal não é só o Banco de Portugal porque se a regulação tem de ser mudada é preciso mudar a legislação que permite ao sistema financeiro fazer tudo”.

“Não é preciso alterar a Constituição nem nada do género para fazer aquilo que o PSD, CDS e até o PS recusaram fazer até agora”, afirmou, tendo acrescentado :“ É preciso separar o que é vendido aos balcões para que não haja mais lesados do BES, do Banif, ter auditorias que são verdadeiras e não pagas pelos próprios bancos, responsabIlizar quem foge às suas obrigações”.

Catarina Martins sublinhou ainda que “quando há dinheiro público tem de haver gestão pública em nome do interesse público. Tudo isso tem faltado e é bom começarmos pelo princípio, pôr o sistema financeiro na ordem e não arranjar mais desculpas para adiar ainda mais o que precisa de ser feito”, sublinhou.

Sobre as declarações de Passos Coelho em relação ao Orçamento do Estado, a porta-voz bloquista disse ter ouvido “atentamente” o líder do PSD em relação às dúvidas sobre o mesmo.

todo o país se lembra de ver Passos Coelho a congratular-se em Bruxelas com o memorando que foi imposto ao governo grego

“ Os partidos devem ser coerentes com aquilo que defendem”, disse, aproveitando para relembrar que “todo o país se lembra de ver Passos Coelho a congratular-se em Bruxelas com o memorando que foi imposto ao governo grego”.

“Na altura até dizia que a ideia tinha sido dele. E agora está contra? Isto é jogo político”, avançou.

“No Bloco, não temos duas palavras, não vamos impor a nenhum povo a austeridade que começámos a acabar em Portugal e esse é o único voto do Bloco, um voto contra a austeridade na União Europeia”, finalizou.