Os juristas auscultados esclarecem que não está a ser cumprida a premissa prevista no artigo 78º da Lei do Orçamento do Estado para 2011, que, admitindo o recurso a ajustes directos na assessoria às privatizações, determina que estes apenas podem ser acordados com instituições pré-qualificadas em concurso público.
O processo de privatização da EDP, REN e Galp deverá render mais de 20 milhões em comissões às entidades contratadas por ajuste directo: a Caixa BI e a Perella Weinberg.
Esta última empresa tem como um dos seus sócios fundadores Paulo Pereira, antigo aluno e assistente de António Borges, director do Departamento Europeu do Fundo Monetário Internacional (FMI) e ex vice-presidente da Comissão Política Nacional do Partido Social Democrata. António Borges terá ainda passado pelo Banco de Portugal, onde assumiu o cargo de vice-governador, foi vice-presidente do Conselho de Administração do banco Goldman Sachs International, em Londres, e passou pela Administração do Citibank, BNP Paribas, Petrogal, Sonae, Jerónimo Martins, Cimpor e Vista Alegre.
O sócio fundador da Perella Weinberg Partners, Paulo Pereira, terá, em Janeiro de 2006, abandonado o cargo de responsável máximo por todo o negócio de fusões e aquisições da Morgan Stanley para os mercados da Europa e Ásia para lançar a consultora juntamente com dois antigos colegas da Morgan Stanley.
Em 2005, a nomeação de Paulo Pereira para chefe executivo da Galp ainda terá sido ponderada, segundo avançaram os media na época.