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Poluição atmosférica mata mais pessoas do que malária e HIV/Sida

Uma pessoa morre prematuramente a cada 6 minutos por causa da poluição atmosférica, o equivalente a mais de 3 milhões por ano. Se nada for feito, o número de mortes duplicará até 2050.

Um estudo científico publicado na revista científica Nature revela que a maior parte dos óbitos resultam da inalação de pequenas partículas que se instalam no pulmão e provocam ataques cardíacos e derrames, responsáveis por três quartos das 3,3 milhões de mortes anuais, com o cancro dos pulmões e as doenças respiratórias a justificarem os restantes óbitos.

A queima de madeira e carvão para aquecimento de casas e para cozinhar e a utilização de diesel em geradores respondem pelo maior número de óbitos, especialmente na Ásia - provocando metade das 645 mil mortes anuais na Índia e um terço das 1,4 milhões de mortes na China.

Contudo, na Europa e nos EUA, as emissões agrícolas de amoníaco são a principal causa de mortes. Um quinto de todas as mortes resultam destas emissões, associadas, na sua maioria, à criação de gado, galinhas e porcos e à utilização massiva de fertilizantes.

O amoníaco reage com o fumo do tráfico e das indústrias, produzindo partículas minúsculas, e é a maior causa de mortes por poluição atmosférica no Japão, zona este dos EUA e Europa.

A poluição resultante do tráfico é ainda importante nos países desenvolvidos, causando um quinto das mortes. Já a nível global responde apenas por 5% dos óbitos, contudo, é expectável que esta percentagem aumente mediante o acréscimo do número de veículos em circulação.

A poluição atmosférica das centrais elétricas, principalmente aquelas à base de carvão, é significativa a nível global, causando uma em cada sete mortes.

Já a poluição natural do ar, especialmente o pó em regiões áridas, é responsável por quase um quinto dos óbitos. No Egipto e no Irão, este tipo de poluição causou 92% e 81% das mortes, respetivamente.

O estudo não incidiu sobre os efeitos da poluição em ambientes fechados, que se estima provocarem mais quase 3,5 milhões de mortes por ano.

Prevê-se que, em 2050, 60% da população urbana mundial (aproximadamente 4,3 milhões de pessoas) morra prematuramente por causa da poluição.

“Essa projeção deve soar o alarme para agências de saúde em todo o mundo”, afirmou Michael Jerrett, professor da Universidade da Califórnia que não participou do estudo, ao jornal Guardian.

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