Plataforma do Cinema exige condenação do genocídio em Gaza

11 de abril 2025 - 16:06

Associações e festivais de cinema juntam-se num documento contra a “conivência silenciosa” com o genocídio em Gaza. Querem que o Estado português “condene inequivocamente o genocídio em curso e a ocupação dos territórios palestinianos pelo Estado de Israel”.

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Imagem do documentário No Other Land
Imagem do documentário No Other Land

A Plataforma do Cinema, um coletivo que junta associações e festivais de cinema do nosso país, vai entregar na sexta-feira na Assembleia da República uma posição conjunta onde é exigida a condenação do genocídio em Gaza.

O texto, de acordo com o Público, explicita que o genocídio que está a ser cometido pelas forças sionistas em Gaza tem sido objeto de uma “conivência silenciosa de vários países, entre os quais se inclui Portugal”. Ao mesmo tempo que “a acusação de antissemitismo é cinicamente arremessada contra qualquer crítica ao Estado de Israel e à sua política genocida”.

Desta forma, exige-se ao Estado português que “condene inequivocamente o genocídio em curso e a ocupação dos territórios palestinianos pelo Estado de Israel”, para que o país fique “do lado certo da História”.

Enquanto “cidadãos, cineastas e trabalhadores do cinema” manifestam-se “contra o silenciamento que tem sido imposto em torno das ações criminosas do governo de Israel”, dizem não poder aceitar “a censura que alguns festivais e instituições culturais têm imposto à simples menção do genocídio em curso”. E consideram ser “cada vez mais insustentável” a posição das instituições da sua área artística “que, pelo contrário, se colocam numa posição apolítica de suposta imparcialidade”.

Solidariedade com Hamdan Ballal

Outra parte substancial da tomada de posição, assinada pela Apordoc – Associação pelo Documentário, Associação Portuguesa de Realizadores, Produtores de Cinema Independentes, e festivais como o IndieLisboa, o Queer, o Doclisboa, o Curtas de Vila do Conde ou o Porto/Post/Doc, entre outros, diz respeito à solidariedade para com Hamdan Ballal.

Este cineasta, co-realizador do documentário No Other Land, vencedor de um Óscar, foi recentemente alvo de um ataque do exército e de colonos israelitas.

O ataque, na sua aldeia, Susya, na Cisjordânia, foi perpetrado “em retaliação contra o Óscar do Melhor Documentário”, referem. Ballal foi detido, depois libertado e encaminhado para um hospital depois de ter passado uma noite no chão de uma base militar ferido pelas pedras e paus dos colonos sionistas.

Para a Plataforma do Cinema, “este episódio é apenas a ponta visível de um quotidiano de violência, intimidação e ameaça constantes a que o povo palestiniano está sujeito há vários anos”. Estas “não têm outro objetivo que não o de humilhar, expulsar e subjugar o povo palestiniano; em última análise condená-lo ao exílio e à invisibilidade”. Pelo que se conclui: “Estamos do lado de Hamdan Ballal e do povo palestiniano. O genocídio, o apartheid e a repressão têm de acabar já. Liberdade para a Palestina.”

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