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Pedro Barroso (1950-2020)

Morreu, na madrugada desta terça-feira, o cantor, compositor e poeta Pedro Barroso, que estava hospitalizado desde o passado dia 3 de março. O último álbum que gravou, com o título “Novembro”, deverá sair em abril próximo.
Pedro Barroso (1950-2020)
Pedro Barroso (1950-2020)

Pedro Barroso (de nome completo António Pedro da Silva Chora Barroso) nasceu a 28 de novembro de 1950, em Lisboa, a sua família era natural de Riachos, Torres Novas. Morreu com 69 anos e estava internado desde o passado dia 3 de março.

Pedro Barroso estreou-se em 1969 no programa televisivo “Zip-Zip”. Era um antifascista e um lutador pela democracia. Após o 25 de Abril participou nas campanhas de dinamização cultural do MFA.

Em declarações à Lusa, o seu editor discográfico Fernando Matias, da Ovação, considera que Pedro Barroso “tinha um lugar único na música portuguesa, que ficará para sempre", sublinhando que deixa "muitos admiradores fiéis, que falam por essa carreira feita".

Fernando Matias explica também que “o título ‘Novembro’ foi escolhido por ser o mês de aniversário do Pedro e porque foi em novembro que se terminaram as gravações deste projeto”. Esse álbum tem um dueto com Patxi Andión, falecido em dezembro passado.

Pedro Barroso referia-se a “Novembro”, como a sua “despedida das canções", tendo afirmado: “A condição física, após mais um ano de tratamentos médicos, impede-me de tocar; e, mesmo na parte de canto, canso-me ao fim de minutos e, portanto... as coisas são como são...”.

Um dos seus grande êxitos foi "Menina dos Olhos D’Água", que cantou em dezembro passado em Torres Novas, quando celebrou 50 anos de carreira.

No momento do concerto de despedida, Pedro Barroso escreveu:

"Cesso atividade como músico, não me retirando obviamente, nem como homem das ideias, nem das artes, nem das palavras. E da diferença. Não abandono a intervenção crítica, nem a cidadania".

O seu primeiro disco foi o EP “Trova-dor", que saiu em 1970. Era também autor dos livros "Contos Falados" (1996), "Das Mulheres e do Mundo" (2003), "Contos Anarquistas" (2009), "Memória Inútil de Mim" (2012), "Palavras Malditas" (2013).

Nuno Pacheco afirma no “Público” que Pedro Barroso era o “último trovador de uma geração interventiva” e assinala que ele somou quase 30 discos, entre álbuns de originais e coletâneas.

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