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Organizar Mundial 2030 com Marrocos "é dar cobertura a violações dos direitos humanos"

A Associação de Amizade Portugal - Sahara Ocidental solicitou uma reunião ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol para que este reconsidere a proposta de candidatura conjunta com o regime marroquino.
Fernando Gomes, presidente da FPF. Imagem FPF.

Numa carta dirigida a Fernando Gomes, a Associação de Amizade Portugal - Sahara Ocidental insurge-se contra a possibilidade de Portugal e Espanha apresentarem uma candidatura conjunta com Marrocos à organização do Campeonato do Mundo de Futebol de 2030. Depois de esta possibilidade ter vindo a público na imprensa, a associação quer encontrar-se com o Presidente da Federação Portuguesa de Futebol para o convencer a reconsiderar a ideia.

"Que credibilidade tem Marrocos para acolher um evento desportivo desta natureza quando, para alcançar os seus fins políticos, exerce chantagem sobre outros países utilizando rotas de migrantes e drogas, se socorre de subornos a parlamentares e funcionários europeus (como o demonstra o caso Marrocosgate) e deporta sumariamente todas as pessoas que querem visitar o Sahara Ocidental por não lhe convir que vejam o que aí se passa?", questiona a associação, acrescentando que "jornalistas, intelectuais e activistas, entre outras pessoas, têm sido alvo de repressão violenta e sistemática" em Marrocos e no Sahara Ocidental.

A associação apela a que a Federação Portuguesa reconsidere a proposta, "sob pena de o Campeonato Mundial de Futebol se transformar numa ocasião privilegiada de encobrimento das violações dos Direitos Humanos cometidas pelo regime marroquino e daqueles que, conhecendo a situação, lhe dão cobertura, ficando assim o evento desportivo indelevelmente desprestigiado e exponenciando o dever de denúncia por parte de pessoas e organizações defensoras dos Direitos Humanos".

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