“O défice social é verdadeiramente a nossa preocupação”

25 de dezembro 2018 - 22:58

Marisa Matias respondeu à mensagem de Natal do primeiro-ministro sublinhando a necessidade de combater a obsessão do défice e de responder ao défice social. A eurodeputada do Bloco acrescentou ainda uma prioridade para o país: combater as alterações climáticas.

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Foto GUE/NGL

Para Marisa a análise de António Costa está correta. Persistem “enormes problemas” pela frente. Mas sublinha que “é preciso tirar daí as suas consequências e isso o primeiro-ministro não faz na sua totalidade”.

Uma das consequências, para a dirigente bloquista, seria “uma rutura com as políticas de favorecimento do sistema financeiro” e com o “o excesso de peso dos juros da dívida na nossa economia que correspondem basicamente a um Serviço Nacional de Saúde”.

A outra consequência seria o corte com a “obsessão com as metas do défice de Bruxelas”. Marisa Matias sublinha que não se trata sequer do “cumprimento das metas é ficar muito abaixo das metas que são propostas por Bruxelas”. E culpa esta obsessão por “um défice que é muito mais preocupante que nos retira muito mais o desenvolvimento da nossa sociedade que é o défice social”. Isto porque nos levaria “a desinvestir no nosso país”, “a não combater com todos os meios a pobreza que ainda existe em Portugal”, “a não investir no Serviço Nacional de Saúde”, a “não dar resposta aos cuidadores e cuidadoras informais” ou a “continuar a não ter políticas que promovem, por exemplo, a verdadeira coesão territorial.”

Marisa Matias pensa que não podemos voltar a ter uma situação como a do orçamento passado em que “mil milhões não são executados” e exemplifica os problemas daí decorrentes com os “três milhões de euros para serviços de apoio que não foram executados”. Estes “não são nada para o orçamento de Estado e são tudo para as famílias. Por exemplo para as famílias que têm pessoas com deficiência que não receberam esses serviços de apoio.” Assim,  prioridade do Bloco seria “responder a quem tem menos e a quem ainda não tem padrões mínimos de dignidade no nosso país”.

A eurodeputada disse também que juntaria uma prioridade àquelas que foram enunciadas pelo primeiro-ministro: o combate às alterações climáticas porque “sem uma política para as alterações climáticas não conseguiremos nem sequer ter uma economia de futuro.”