“O 25 de Abril foi o sonho de um povo que se queria sentar à mesa”

26 de abril 2025 - 16:12

Mariana Mortágua esteve presente num almoço-comício no distrito de Santarém onde falou sobre as desigualdades económicas que o capitalismo impõe e sobre o "sonho" do 25 de abril, que é antagónico a essa desigualdade.

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Mariana Mortágua
Mariana Mortágua. Fotografia de Paulo Cunha/LUSA

Mariana Mortágua participou este sábado num almoço-comício no Entroncamento, com os candidatos do distrito de Santarém. Aproveitando a proximidade com a data do 25 de abril, a dirigente bloquista falou sobre a luta que a Revolução dos Cravos impôs e de como esses ideais são pervertidos pela desigualdade económica atual.

“O 25 de abril foi o fim da guerra colonial, as lutas de libertações dos movimentos pela independência, a luta das mulheres pelo direito ao voto”, disse a coordenadora do Bloco de Esquerda. “Foi muitas coisas, mas foi sobretudo o sonho de um povo que se queria sentar à mesa e não queria mais as migalhas de um regime de oligarcas”.

Mariana Mortágua sublinhou que a revolução foi um momento de mudar a relação de forças e onde “o povo olhava à sua volta e dizia: podemos ser nós a organizar a fábrica, podemos ser nós a organizar os campos porque somos nós que cultivamos os campos”.

“É uma ideia de país em que o povo toma o país nas suas mãos”, disse. E para isso acontecer, a dirigente bloquista defendeu que é preciso uma economia que não promova desigualdades. Só que cada vez mais essas economias são sujeitas novamente a “oligarquias”.

E atualmente “essas oligarquias controlam a informação”, disse, frisando que quando pegamos num telemóvel e abrimos uma rede social, essa rede social e os conteúdos que nos são mostrados estão à mercê da vontade desses oligarcas, que “manipulam a informação”.

A coordenadora do Bloco de Esquerda aproveitou a oportunidade para explicar também que a riqueza destes indivíduos, que são dos mais ricos do mundo, são superiores que a riqueza de Portugal e têm influência a nível mundial

“É por eles que se fazem as guerras comerciais” e é por eles “que se faz a procura e a luta pelos minérios raros que estão na Ucrânia e nos países africanos que são espoliados”, disse. “E é por eles que se fazem as guerras”. Face a essa fortuna, Mariana Mortágua defendeu a proposta do Bloco de Esquerda de taxar as fortunas acima dos três milhões de euros.

Intervieram também Bruno Góis e Júlia Mendes Pereira, primeiro e segunda candidatos do distrito, que lembraram que o Bloco foi a esquerda mais próxima de eleger neste círculo e se afirmaram apostados em recuperar essa representação.