Naomi Klein em Barcelona: “Prender um governo eleito democraticamente não é aceitável”

09 de novembro 2017 - 11:39

Naomi Klein afirmou ser defensora do direito dos povos à autodeterminação, “um princípio que, eu que sou do Quebec, defendo se contar com o apoio necessário”. A escritora e ativista esteve em Barcelona para apresentar o seu último livro “Dizer Não Não Basta”.

PARTILHAR
Naomi Klein está em Barcelona para lançar o seu último livro e participará num ato público de apoio a Ada Colau - Foto de Andreu Dalmau/Epa/Lusa
Naomi Klein está em Barcelona para lançar o seu último livro e participará num ato público de apoio a Ada Colau - Foto de Andreu Dalmau/Epa/Lusa

Naomi Klein, após a apresentação do seu mais recente livro, pronunciou-se sobre a questão da Catalunha e a atuação do governo de Madrid e da União Europeia.

“Prender um governo eleito democraticamente não é aceitável, assim como também não o é a resposta da União Europeia”, afirmou Naomi Klein, que acusou o governo espanhol de Mariano Rajoy de levar a cabo um “ataque flagrante à democracia” na Catalunha.

Segundo o La Vanguardia, a escritora sublinhou que processos como o da questão catalã devem ser “o mais democráticos e legítimos possíveis” e considerou que a resposta “incendiária” do governo espanhol provocou um aumento do número de independentistas catalães.

“Penso que se devia suprimir o artigo 155, libertar as pessoas que foram presas, levar a cabo um processo democrático e que o conflito seja resolvido através da não violência”, defendeu.

A escritora e ativista afirmou também que Mariano Rajoy “cria um ambiente de crise nacional permanente que faz com que não se preste atenção aos fracassos do seu governo, como o elevado desemprego juvenil”. “O que faz com esta mudança consciente de tema é desviar a atenção dos fracassos do seu governo centrando-se numa retórica hipernacionalista”, acrescentou.

Naomi Klein anunciou que durante a sua estadia em Barcelona participará num único ato público de apoio à presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, “uma excelente líder, que soube mover-se nestes tempos difíceis, alguém que sabe escutar e que é uma bússula moral para muitas pessoas, além de ser uma defensora da causa feminista”.