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Morreu Ruth Bader Ginsburg (1933-2020)

Juíza do Supremo Tribunal dos EUA, Ruth Bader Ginsburg é um símbolo da luta contra a discriminação de género e pelos direitos das mulheres. “Perdemos uma gigante da história da nossa nação”, escreveu Alexandria Ocasio-Cortez. Aproveitando-se da sua morte, Trump quer nomear mais um juiz de direita.
Ruth Bader Ginsburg (1933-2020) - Foto Democracy Now
Ruth Bader Ginsburg (1933-2020) - Foto Democracy Now

Lutadora contra a discriminação de género

Rurh Bader Ginsburg tinha 87 anos e morreu com um cancro. O Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América anunciou em comunicado a sua morte, declarando “A nossa nação perdeu uma jurista com um estatuto histórico” e considerando que “as futuras gerações vão recordar Ruth Bader Ginsburg tal como nós a conhecemos – como uma incansável e determinada defensora da justiça”.

Ruth Bader Ginsburg, ou RBG como era conhecida, destacou-se pela sua luta contra a discriminação de género nos EUA, nomeadamente nos anos 70.

Em 1970, foi cofundadora do jornal Women's Rights Law Reporter, o primeiro jornal de direito centrado exclusivamente nos direitos das mulheres.

Em 1972, RBG cofundou o Projeto dos Direitos das Mulheres na União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, em inglês), tendo defendido seis casos de discriminação de género perante o Spremo Tribunal. Em 1973 tornou-se conselheira geral da ACLU.

Em 1993, Ruth Bader Ginsburg foi nomeada para o Supremo pelo presidente dos EUA Bill Clinton, tornando-se a segunda mulher a chegar à mais alta instituição judicial dos Estados Unidos.

O diretor executivo da ACLU, Anthony Romero, escreveu em comunicado: “Poucos indivíduos tiveram um efeito tão dramático e duradouro numa área específica do direito como a juíza do Supremo Tribunal Ruth Bader Ginsburg, que dirigiu o trabalho do Projeto dos Direitos das Mulheres da ACLU desde a sua fundação em 1972 até à sua nomeação para um tribunal federal em 1980 [nomeada por Jimmy Carter”. O diretor da ACLU destaca ainda que RBG liderou a associação num conjunto de batalhas legais importantes contra a discriminação sexual no país, que “ajudaram a estabelecer a base para a futura defesa dos direitos das mulheres.”

“Nos últimos anos, o perfil público de Ginsburg disparou conforme o Supremo Tribunal se desviou para a direita”, sublinha a Democracy Now.

Trump quer substituir RBG rapidamente

Ruth Bader Ginsburg era uma importante juíza da minoria de quatro juízes mais à esquerda do Supremo Tribunal dos EUA. Por isso, Donald Trump quer substituí-la rapidamente, para nomear outro juiz de direita, o que tornaria a relação no Supremo dominante para a direita por seis a três.

Ruth Bader Ginsburg disse à sua neta, poucos dias antes da sua morte: “O meu desejo mais fervoroso é que eu não seja substituída até que um novo presidente seja empossado”.

A jovem deputada norte-americana Alexandria Ocasio-Cortez escreveu no instagram:

"Perdemos uma gigante da história da nossa nação com a morte de Ruth Bader Ginsburg. É de partir o coração que nos momentos finais ela tenha estado, como muitos outros, preocupada com o que acontecerá após a morte.

Quero deixar uma coisa bem clara: podemos e devemos lutar.”

 

 

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