Carlos Moedas foi confrontado esta terça-feira na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa por ter mentido sobre a responsabilidade do seu executivo na colocação de suportes para publicidade pela JCDecaux. Confrontado com esse facto, e depois de ter sido desmentido por uma notícia do Expresso, o presidente da Câmara de Lisboa recusou-se a responder a Maria Escaja e saiu da Assembleia.
“A senhora deputada chamou-me mentiroso e portanto eu a partir de agora não responderei a mais nenhuma pergunta do Bloco de Esquerda”, disse Carlos Moedas, dirigindo-se à deputada municipal Maria Escaja. “E vou-me retirar da sala enquanto estiver o Bloco de Esquerda a falar”. Depois, saiu da sala, com aplausos da bancada da direita, sem responder a nenhuma das perguntas colocadas pela deputada em relação aos painéis publicitários que geraram controvérsia.
Moedas faltou à verdade e quando confrontado com os factos, saiu da sala e fugiu ao debate.
pic.twitter.com/et2oACskI9— Maria Escaja (@mariaescaja) September 17, 2024
O presidente da Câmara de Lisboa tinha culpado o anterior Executivo pela colocação dos painéis publicitários, uma vez que o contrato com a JCDecaux foi assinado antes de 2021. Mas uma notícia publicada no Expresso esta segunda-feira dá conta de várias trocas de e-mails entre a Câmara Municipal de Lisboa e a empresa, nas quais é provado que as decisões relativas à localização dos painéis foram aprovadas pelo executivo de Carlos Moedas.
“Carlos Moedas esquiva-se frequentemente ao debate e a responder a perguntas do Bloco de Esquerda que considera incómodas”, disse ao Esquerda.net Maria Escaja. “A atitude não nos surpreendeu, mas mostra um enorme desrespeito pela Assembleia Municipal, pelos deputados eleitos e, acima de tudo, pelas e pelos munícipes da cidade de Lisboa”.
Durante a sua intervenção, a deputada municipal do Bloco de Esquerda deu conta das informações reveladas pelo Expresso e perguntou a Carlos Moedas porque é que não assumia as suas responsabilidades e as do seu executivo. Maria Escaja confirmou também que o Bloco de Esquerda vai avançar com uma auditoria à localização dos painéis publicitários.