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Ministra descarta comboio de alta velocidade Lisboa-Madrid

Numa entrevista à agência EFE durante a cimeira entre Portugal e Espanha para a nova estratégia de desenvolvimento do interior, Ana Abrunhosa descartou a possibilidade de ligar as duas capitais por alta velocidade porque “as pessoas vão de Lisboa a Madrid de avião”.
Comboio de alta velocidade na estação de Barcelona Sants. Foto via Aleix Cortés, Flickr.
Comboio de alta velocidade na estação de Barcelona Sants. Foto via Aleix Cortés, Flickr.

Durante cimeira deste sábado, onde os primeiros-ministros dos dois países ibéricos anunciaram uma “estratégia comum para o desenvolvimento transfronteiriço”, a Ministra da Coesão Territorial descartou a possibilidade de avançar com a ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid.

Para a Ministra, “as pessoas vão de Lisboa a Madrid de avião. Já têm um meio rápido para ir a Madrid”. Para a cimeira levou, antes, a discussão sobre a ligação Elvas-Badajoz e o Eixo Atlântico que vai de Lisboa até à Corunha, bem como a ligação do porto de Sines a Espanha.

As questões ambientais não foram abordadas na entrevista, apesar do Ministro das Infraestruturas considerar a ferrovia “imbatível do ponto de vista ambiental”. O Plano Nacional de Investimentos 2030 realça inclusivamente a importância do investimento da ferrovia para a sustentabilidade ambiental do país, uma vez que “o setor ferroviário contribui apenas com cerca de 0,3% para o total das emissões nacionais de CO2".

Com a suspensão da ligação ferroviária noturna entre Lisboa e Madrid (com paragem na Guarda), assegurada pelo Lusitânia, as duas capitais ficam estão neste momento sem qualquer ligação ferroviária. O mesmo acontece com o Sud Express, ligava Lisboa a Hendaye, passando pela Guarda, com destino a Paris.

Em agosto de 2019, numa entrevista ao Canal 11, da Federação Portuguesa de Futebol, o primeiro -ministro considerava não existirem condições políticas para a “discussão sobre a ligação entre Lisboa e Madrid, mas sobre a inserção de Portugal no conjunto da rede de alta velocidade na Península Ibérica”.

Já para o Ministro das Infraestruturas, em dezembro do mesmo ano, o assunto da alta velocidade era uma debate que tinha “de ser feito” nem constituía um “assunto tabu”, sob o risco de sermos “em poucos anos, o único país da União Europeia” fora da rede de alta velocidade.

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