O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira apela aos trabalhadores da Somincor “a encetarem todas as formas de luta” para fazer a administração mudar de ideias quanto á imposição de um novo horário de entrada nos turnos. Atualmente os trabalhadores das minas, entre 400 e 500, iniciam os turnos às 8h30 e ás 20h30, enquanto os das lavarias, entre 40 a 50, começam às 6h e 18h. A intenção da administração é que ambos comecem às 7h30 e às 19h30.
Os trabalhadores contrapõem que o atual horário dos turnos das minas é o que melhor permite conciliar a vida profissional e pessoal, por exemplo permitindo dividir as tarefas parentais e deixar os filhos na escola antes da viagem para o trabalho. E sugerem então, se a intenção é unificar horários, que isso se faça “de forma a melhorar as condições dos cerca de 50 trabalhadores que têm entrada às 6h00, mudando o arranque das lavarias para as 8h30”. Outra vantagem da proposta seria evitar o impacto que esta alteração terá nas comunidades próximas e envolventes, com os disparos a serem efetuados às 6h30, refere o sindicato.
Depois de o sindicato ter feito essa proposta à administração a 9 de setembro, sem resposta positiva, a maioria dos trabalhadores reunidos em plenários nos dias 27 e 28 de setembro subscreveu um abaixo-assinado a reivindicar a manutenção do horário de entrada para os trabalhadores da área da mina e admitindo que o horário de entrada da área das lavarias seja ajustado para a proposta patronal. Mas a administração não parece disposta a ceder, tendo afirmado à agência Lusa que comunicou a alteração de horários “às comunidades envolventes, em duas reuniões que tiveram lugar no dia 30 de setembro, não tendo estas manifestado qualquer reação negativa”.
A Somincor é propriedade da multinacional sueco-canadiana Lundin Mining e produz sobretudo concentrados de cobre e de zinco, assim como prata e chumbo. Em julho passado, a empresa confirmou “a existência de contactos exploratórios” para a venda da sua operação em Portugal.
