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Mário Viegas morreu há 25 anos

No dia 1 de Abril de 1996, morreu Mário Viegas. Ator, encenador e declamador, foi um exemplo de insubmissão, uma figura, uma voz, um trabalho que deixou saudades. Por António José André.
Mário Viegas no programa "Palavras Vivas"
Mário Viegas no programa "Palavras Vivas". Imagem RTP.

Mário Viegas nasceu a 10 de Novembro de 1948, em Santarém. Foi para o teatro, aos 17 anos, quando era estudante de História na Faculdade de Letras de Lisboa. Depois inscreveu-se na Escola de Teatro do Conservatório Nacional. A sua estreia profissional ocorreu, no Teatro Experimental de Cascais, com Carlos Avilez.

Ao longo da vida, Mário Viegas fundou três companhias teatrais: a última das quais a Companhia Teatral do Chiado. Enquanto encenador/diretor artístico, foi responsável pela adaptação e encenação de grandes clássicos do teatro: Samuel Beckett, Anton Tchekov, Strindberg ou Pirandello.

Mário Viegas foi admirável a dizer poesia, gravando discos em que deu a conhecer ao grande público a obra de muitos poetas: Fernando Pessoa, Cesário Verde, Camilo Pessanha, Jorge de Sena, Ruy Belo, Eugénio de Andrade, Luís de Camões, Bertolt Brecht, Pablo Neruda,

Na televisão, foi responsável pelos programas "Palavras Ditas" (1984) e "Palavras Vivas" (1991). No cinema, Mário Viegas iniciou-se com "O Funeral do Patrão”, de Eduardo Geada (1975). Participou em muitos filmes: "Kilas, o Mau da Fita" (1981), "Sem Sombra de Pecado" (1983), "A Mulher do Próximo" (1988) e "Os Cornos de Cronos" (1991), "O Rei das Berlengas" (1978), "Azul, Azul" (1986), "Repórter X" (1987), "A Divina Comédia" (1991), "Rosa Negra" (1992), e "Sostiene Pereira" (1996).

Em 1995, candidatou-se a deputado da Assembleia da República, como independente, nas listas da União Democrática Popular (UDP). Em 1996, com o apoio da UDP, foi candidato à Presidência da República, com o slogan "O sonho ao poder". A doença impediu-o de ir até ao fim. Morreu com 47 anos, no dia 1 de Abril de 1996. Foi no dia das mentiras, mas tratou-se de uma crua verdade.

O seu corpo está no talhão dos artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. Mário Viegas foi um exemplo de insubmissão, uma figura, uma voz, um trabalho que deixou saudades. Aqui fica uma lembrança:

Mário Viegas - Exageros

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