A reunião conjunta das comissões do Parlamento Europeu responsáveis pela atribuição do Prémio Sakharov 2019 reuniu na terça-feira para decidir as candidaturas finalistas ao galardão que será entregue em novembro.
A proposta dos nomes de Marielle Franco, vereadora do PSOL e lutadora pelos direitos das mulheres, das pessoas negras e da comunidade LGBTI+ assassinada em março de 2018, de Claudelice Silva dos Santos, ambientalista defensora da floresta contra o desmatamento, e de Raoni Metuktire, o líder indígena da etnia caiapó que tem lutado pela preservação da Amazónia e dos povos indígenas, foi uma das que garantiu acesso à final.
Esta candidatura foi apresentada por Marisa Matias no início de outubro como uma iniciativa para “dar voz à liberdade de pensamento” e uma denúncia de que “o estado de direito está em causa no Brasil”. O grupo socialista no Parlamento Europeu (S&D) acompanhou a proposta destes três nomes para o Prémio Sakharov.
O grupo parlamentar dos Verdes europeus também tinha escolhido o nome de Marielle Franco, acompanhado pelo do ex-deputado Jean Wyllys, que se exilou na Europa após sofrer ameaças a seguir à eleição de Bolsonaro. Na discussão das propostas que passariam à final, os Verdes deixaram cair a proposta e apoiaram a do GUE/NGL e S&D.
Marielle, Claudilice e Raoni: Presentes!#sakharovprize (3/3) pic.twitter.com/MNBaPYO5MY
— Marisa Matias (@mmatias_) October 3, 2019
Na corrida ao Prémio Sakharov estão também outras duas candidaturas: a do intelectual uigur Ilham Tohti, condenado à prisão perpétua na China e que já venceu este ano o Prémio Václav Havel do Conselho da Europa, proposto pelo grupo dos Liberais; e um grupo de cinco estudantes queniana — Stacy Owino, Cynthia Otieno, Purity Achieng, Mascrine Atieno e Ivy Akinyi, propostas pelo grupo dos Conservadores e Reformistas (ECR) -, que desenvolveram uma aplicação móvel chamada i-Cut para ajudar à luta contra a mutilação genital feminina.
De fora da final ficou o opositor russo Alex Naválny, proposto pelo Partido Popular Europeu.