Mariana Mortágua: “Justiça de qualidade quer dizer trabalhadores bem pagos e respeitados”

19 de janeiro 2024 - 12:17

Mariana Mortágua, que esta sexta-feira se juntou ao protesto dos funcionários judiciais, acusou o Governo de falhar nas suas promessas e degradar estas carreiras, defendendo que só podemos ter justiça célere e capaz se respeitarmos quem trabalha.

PARTILHAR
Mariana Mortágua com funcionários judiciais. Foto Esquerda.net.

Mariana Mortágua esteve no Campus de Justiça, em Lisboa, para expressar solidariedade com a luta dos funcionários judiciais. De acordo com a líder bloquista, não é possível exigir uma "justiça célere que respeite a democracia" quando os funcionários judiciais são "mal pagos", "são obrigados a fazer horas extraordinárias", "estão em número insuficiente" e "a quem é prometido um estatuto que depois não é cumprido".

“A ministra prometeu que este seria o ano dos oficiais de justiça. Estas promessas não foram cumpridas. Estamos aqui para lembrar a estes oficiais que há quem respeite o seu trabalho", assinalou Mariana Mortágua.

A coordenadora do Bloco reforçou que “só podemos ter justiça célere e capaz se respeitarmos quem trabalha”, e lembrou que estes trabalhadores, que “asseguram um serviço público essencial à democracia, não ganham um salário que lhes permita ter uma vida digna”.

“O mínimo que se pode exigir é o respeito por estes trabalhadores”, vincou.

Mariana Mortágua acusou o Governo de deixar “degradar estas carreiras”. Em contrapartida, o Bloco defende que o suplemento de recuperação processual seja integrado no salário destes trabalhadores, que seja respeitado o seu tempo de serviço e experiência e valorizadas as suas carreiras. No que respeita às horas extraordinárias, as mesmas "têm de ser devidamente pagas" e não devem ser banalizadas, com o consequente aumento da sobrecarga dos funcionários judiciais.

Só assim, afirmou Mariana Mortágua, podemos ter uma “justiça que dignifique e que proteja a democracia”.