Acompanhada da irmã e candidata por Setúbal, Joana Mortágua, e de ativistas locais que lutam pela recuperação do acesso a Troia, Mariana Mortágua fez a viagem de ida e volta no catamarã (ver fotogaleria), criticou o "mar de cimento" que ali foi criado e ouviu as queixas dos ativistas: “Tudo à volta é praias, mas não conseguimos ir a lado nenhum. É só barreiras, barreiras, barreiras”.
Mariana Mortágua criticou que a concessionária do transporte, que pertence à Sonae tal como boa parte dos projetos imobiliários da península, tenha aumentado “de tal forma o preço dos ferries que as pessoas não conseguem aceder a uma praia que ontem era uma praia popular”.
“Digam-me, por favor, qual é a família que pode apanhar um barco para ir à praia, onde sempre foi, uma praia que é da sua região e da sua zona”, prosseguiu a coordenadora do Bloco, apontando que "o preço da viagem fica praticamente em nove euros” por pessoa no catamarã.
Os ativistas do Bloco promoveram uma petição ao Parlamento. a defender a inclusão do trajeto fluvial entre Setúbal e Troia no passe Navegante, em alternativa aos atuais 96,5 euros que custa um passe mensal para o catamarã.
O problema do acesso é grave, mas não é o único. “Agora está reservada a quem tem dinheiro, muitos deles turistas estrangeiros, e há um mar de cimento que vai invadindo Troia e construindo `resorts´”, insistiu Mariana Mortágua.
O que se passa em Troia traduz “um modelo de desenvolvimento que vai privatizando os bens naturais, a paisagem, os espaços que antigamente eram da população. Que vai construindo resorts em zonas protegidas e de duna e lhes chama Projetos de Interesse Nacional”, afirmou a coordenadora bloquista, lembrando que muitos destes resorts que se estendem pelo litoral português são classificados como projetos PIN por via de uma lei que o Bloco pretende revogar.