Manifestação “Que se lixe a troika”: Números da adesão em todo o país e no estrangeiro

02 de março 2013 - 23:10

A onda de indignação que ocupou este sábado as ruas do país contou com a adesão de mais de um milhão e meio de cidadãos e cidadãs, segundo adianta o movimento “Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!”. O esquerda.net compila neste artigo as informações já avançadas pelos organizadores dos protestos sobre a adesão nas diferentes regiões. Última atualização às 15h30 de 05/02.

PARTILHAR
Foto de João Cosme.

Em Lisboa (ver vídeo), 800 mil pessoas encheram o “Terreiro do Povo”. Ao som de Grândola Vila Morena, os manifestantes percorreram as ruas da baixa de Lisboa entoando palavras de ordem como "O povo unido, jamais será vencido", "Governo para a rua já", "Espanha, Grécia, Irlanda e Portugal a nossa luta é internacional", "A rua é nossa" e "A luta continua, troika para a rua". Nesta manifestação participaram colunas de setores sociais e profissionais, como a Maré dos Reformados, da Saúde, da Educação e a Maré Arco Íris.

No Porto (ver vídeo) reuniram-se 400 mil pessoas naquela que foi a maior manifestação de sempre. A Praça da Batalha tornou-se pequena para receber tantos manifestantes, que acabaram também por ocupar as artérias circundantes. Perto da hora agendada para o início do protesto, a ‘Maré da Educação’, que marchou desde as instalações da antiga DREN, com um conjunto de gaitistas de foles que tocavam a “Grândola, Vila Morena”, engrossou a manifestação. O protesto contou ainda com a Maré dos Reformados, da Cultura, dos Direitos Humanos, dos Precários e Desempregados e a Maré Arco Íris. Já após ter terminado a iniciativa, registaram-se alguns confrontos com a polícia, tendo-se registado, segundo avança a Sic Notícias, duas detenções.

Cerca de 20 mil pessoas desfilaram em Coimbra. A manifestação foi engrossada pela Maré da Cultura e dos Reformados, que contou com a participação da responsável da Associação de Aposentados, Pensionista e Reformados (APRE!), Maria do Rosário Gama.

Em Braga, 7 mil pessoas encheram as ruas de cravos vermelhos e exigiram mudanças, emocionando-se ao frisarem que "não foi para isto" que lutaram. A manifestação contou com uma performance de teatro e com a participação de vários músicos, que enriqueceram o protesto com o som de guitarras portuguesas, braguesas e cavaquinhos.

Cerca de 7 mil pessoas participaram na manifestação de Aveiro (ver vídeo/fotos). Os manifestantes concentraram-se às 16h no largo da Estação da CP e seguiram em desfile ao longo da avenida Lourenço Peixinho até à praça Marques de Pombal, onde permaneceram até cerca das 18h.

“Parem de nos roubar”, “Solta a Grândola que há em ti”, e “Revolução dos escravos” foram algumas das palavras de ordem exibidas em centenas de cartazes que percorreram as ruas de Setúbal (ver vídeo). A manifestação, que foi engrossando à medida que percorria a Avenida Luísa Todi, contou com a desão de 7 mil pessoas.

Entre 300 e 400 pessoas concentraram-se em Ponta Delgada, na ilha de S. Miguel. A manifestação foi encabeçada por uma faixa onde se lia "'Troika' e Passos desapeguem-se daqui".

Cerca de 160 pessoas manifestaram-se também na cidade da Horta, na ilha do Faial, que marcou o início dos protestos agendados para este sábado.

Já no Funchal, o protesto juntou cerca de mil pessoas que, junto ao Parlamento da Madeira e à residência oficial do presidente do governo, exigiram a demissão do executivo de Alberto João Jardim e de Passos Coelho.

Em Vila Real, onde o primeiro ministro tem raízes, foram cerca de 1800 os manifestantes que, ao som de músicas como “A cantiga é uma arma”, exigiram a demissão do governo do PSD/CDS-PP. "Pedro vai para a rua!", gritaram professores, jovens e desempregados. "Sacríficos? Tenham juízo" e "Governo PPC, cavalo de troika", lia-se nos cartazes. Em Chaves, os participantes no protesto ascenderam a 200.

A manifestação em Viana do Castelo teve início cerca das 15h na Praça de República e juntou cerca de 1000 pessoas, algumas das quais munidas de balões negros.

No distrito de Leiria os protestos também tiveram uma forte adesão. Nas Caldas da Rainha (ver vídeo) cerca de 3000 pessoas integraram a manifestação. A cidade de Leiria também contou com três milhares de manifestantes naquela que constituiu uma “uma marcha de indignação perante despedimentos, desaparecimento de freguesias e centros de saúde, contra impostos disfarçados e a privatização de bens que são de todos e ainda contra a degradação da qualidade de vida e emigração forçada”. Na Marinha Grande o protesto foi ainda maior, reunindo cerca de 3500 pessoas.

O início da manifestação em Santarém foi marcado simbolicamente para o Centro de Emprego, em “protesto pelos elevados índices de desemprego no país e, em particular, no distrito e no concelho de Santarém”. Cerca de 500 pessoas concentram-se neste local. A manifestação passou ainda pela estátua de Salgueiro Maia, onde se cantou a Gândola, e seguiu até à Praça Sá da Bandeira. Em Tomar, cerca de duzentas pessoas rumaram até à Praça da República gritando palavras de ordem como "O FMI não manda aqui", "Para o banco vão milhões, para o povo só tostões" ou "É preciso que isto mude. Emprego para a juventude". Já em Torres Novas duas centenas e meia de pessoas juntou-se na Praça 5 de outubro a partir das 14h. No Entroncamento estiveram cerca de 300 pessoas, entre as quais muitos ferroviários.

A manifestação em Viseu congregou perto de 2000 pessoas. O protesto contou com a participação do cantautor viseense Carlos Clara Gomes que se fez acompanhar em algumas canções pelo ator José Rui Martins (do Trigo Limpo Teatro ACERT). O encenador e dramaturgo Jaime Gralheiro, de S. Pedro do Sul, alertou para a degradação da democracia dizendo que "já começa a cheirar a fascismo".

Na Guarda foram cerca de 500 as pessoas que aderiram ao protesto. “Eles comem tudo”, “Ouçam-nos” ou “O povo vencido jamais será unido” foram algumas das frases ostentadas nos cartazes.

Perto de 6 mil manifestantes exigiram este sábado, em Faro, a demissão do governo PSD/CDS-PP e o fim das medidas de austeridade. Os presentes entoaram várias palavras de ordem, entre as quais, "Governo e 'troika' para a rua", "chega de austeridade", "queremos trabalho". À passagem pelo balcão do BPI, foi colado um cartaz que dizia "Quem deve aqui dinheiro é o banqueiro, mas quem paga sou eu". Em Portimão o protesto, no qual estiveram presentes 5 mil pessoas, foi acompanhado pelos “Homens da Luta”.

Na Covilhã e em Castelo Branco (ver vídeo), os manifestantes optaram por reunir-se em frente às respetivas autarquias. Na capital de distrito participaram no protesto cerca de mil manifestantes. Outras centenas de manifestantes aderiram ao protesto na Covilhã, que contou com vários discursos contra a política do Governo.

"Eles têm um pacto de agressão, nós temos o nosso de luta" e "Há tempo demais a levar com eles", "Gatunos", "Arrumar com as ´troikas` PSD/CDS-PP/PS, antes que elas arrumem connosco" e "Cavaco, Portas, Passos, Seguro e Sócrates, sei quem assinou o memorando" foram algumas das frases inscritas nos cartazes que ilustraram a manifestação de Beja, na qual participaram 1000 pessoas.

Algumas centenas de pessoas concentraram-se na Praça do Giraldo, em Évora, onde assistiram à atuação de artistas que cantaram temas de intervenção, entre os quais "Os Vampiros", de José Afonso. Nos cartazes empunhados pelos manifestantes liam-se palavras de ordem como "Acabamos com as ´troikas", antes que elas acabem connosco" e "Quem te meteu no buraco não te tira dele".

Em Portalegre (ver vídeo) cerca de uma centena de pessoas entoaram palavras de ordem como "O povo é quem mais ordena", "A luta continua, Governo para a rua", "Está na hora, Está na hora, de o Governo ir embora" e "O povo unido jamais será vencido".

Segundo divulga o movimento “Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas” no seu facebook, a manifestação reuniu ainda 30 pessoas em Barcelona, 15 em Estocolmo, 100 em Paris (ver vídeo da iniciativa), onde o protesto contou com a adesão de elementos do Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas, e 100 em Londres.

Segundo noticia a TVI24, uma dezena de manifestantes concentraram-se em Budapeste (Ver vídeo da iniciativa).