Durante o fim de semana realizou-se o Encontro Nacional de Direcções Académicas do ensino superior. As associações de estudantes denunciam o crescente número de desistências, provocado pela redução do número de bolsas e do seu valor médio. O presidente da associação académica da Universidade do Minho, Luís Rodrigues, disse ao jornal Público que existe uma relação causa-efeito entre o aumento das desistências e a alteração das regras de atribuição das bolsas: "Não nos oferece grandes dúvidas. Temos centenas de pedidos de ajuda de colegas."
Segundo o jornal, na Universidade de Coimbra 598 estudantes cancelaram a matrícula desde o início do ano lectivo até sexta feira passada. Este número é superior ao que se verificou em todo o ano lectivo anterior – 515. Na Universidade do Porto o número de abandonos é de 145 e na Universidade do Minho o número de desistências é de cerca de 500.
Segundo o deputado José Soeiro (leia opinião: Bolsas: a realidade insuportável), “a realidade é pior do que a mais pessimista das expectativas”, podendo cerca de 40.000 estudantes perder a bolsa, muitos outros sofrerem cortes nos apoios, para além dos prejuízos provocados pelos atrasos na atribuição.