A iniciativa partiu da Authors Guild, a maior organização representativa de escritores dos Estados Unidos, e a ela se somaram, até ao momento, cerca de 9.000 autores. Entre estes estão nomes conhecidos no panorama literário como Margaret Atwood, Jonathan Franzen, Dan Brown, Viet Thanh Nguyen, Jodi Picoult, Nora Roberts, Tobias Wolff e Roxane Gay.
Endereçam uma “carta aberta” aos administradores executivos das maiores empresas por detrás do crescimento da inteligência artificial, como a OpenAI, Alphabet, Meta, Stability AI, IBM e Microsoft apelando ao respeito pelos direitos de autor. Os autores dizem que há uma “injustiça inerente” ao facto de se construirem tecnologias de IA lucrativas usando o seu trabalho, sendo assim necessário obter o seu consentimento, creditá-los e compensá-los.
Salientam portanto que estas tecnologias “devem a sua existência” aos seus escritos já que “imitam, regurgitam a nossa linguagem, histórias, estilo e ideias”, alimentando-se de milhões de livros, artigos, ensaios e poesia protegidos pelos direitos de autor.
Para além disso, a Inteligência Artificial generativa “ameaça por em perigo a nossa profissão inundando o mercado com livros, histórias e jornalismo medíocres escritos por máquinas e baseados no nosso trabalho”.
Maya Shanbhag Lang, presidente da Authors Guild, acrescenta que “é justo que os autores sejam compensados por terem “alimentado” a IA e continuaram a informar a sua evolução”. E Nora Roberts, uma das signatárias que “se os criadores não forem compensados justamente, não conseguirão criar” e que “não somos robôs que são programados e a IA não consegue criar histórias humanas sem as tomar de histórias humanas já escritas”. Já Jonathan Franzen diz que é preciso proteger o direito de todos “cujos dados e palavras e imagens estão a ser explorados para imenso lucro sem o seu consentimento e que estes são “basicamente todos os americanos com mais de seis anos”.