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Jogos Olímpicos de Amesterdão 1928: O regresso dos derrotados

Pela primeira vez foi introduzida a chama olímpica, que continuou acesa durante os 16 dias de competição. Os Jogos foram marcados pelo regresso dos países que saíram derrotados na Primeira Guerra. Artigo de Tiago Teixeira.
Kinue Hitomi, medalha de prata, e Lina Radke, medalha de ouro, na corrida de 800 metros mulheres nos Jogos Olímpicos de 1928 – foto de http://www.joc.or.jp/olympic/memorial/2006060803.html – domínio público
Kinue Hitomi, medalha de prata, e Lina Radke, medalha de ouro, na corrida de 800 metros mulheres nos Jogos Olímpicos de 1928 – foto de http://www.joc.or.jp/olympic/memorial/2006060803.html – domínio público

Pela primeira vez foi introduzida a chama olímpica, que continuou acesa durante os 16 dias de competição. Os Jogos foram marcados pelo regresso dos países que saíram derrotados na Primeira Guerra Mundial: Alemanha, Áustria, Hungria e Bulgária. Também pela primeira vez, as mulheres competiram no atletismo e Pavo Nurmi confirmou-se como um atleta de eleição ao conquistar a sua sexta medalha olímpica, nos 10 mil metros, em três edições. Mikio Oda (Japão) entrou para história como o primeiro atleta asiático a conquistar um título olímpico.

Portugal levou 32 atletas para os Países Baixos, espalhados por oito modalidades. Depois de dois quartos lugares nos Jogos de 1920 e 1924, Jorge Paiva, Mário Noronha, Frederico Paredes, João Sassetti, Paulo d'Eça Leal e Henrique da Silveira viriam a conquistar a medalha de bronze na prova coletiva de espada. Também é de destacar a estreia no futebol com um quinto lugar alcançado por Portugal.

Lina Radke (na fotografia) foi campeã olímpica dos 800 metros, numa final que provocou mais retrocessos do que avanços na afirmação das mulheres no desporto. À época, continuavam a existir vozes contrárias à presença de mulheres nos Jogos, e a prova dos 800 metros parecia dar-lhes razão. A maior parte das participantes viria a desistir, mas a explicação era simples: não tinham experiência em participar naquela distância. Resultado: o processo de afirmação das mulheres no desporto sofreu um revés e as provas femininas acima de 200 metros viriam a ser banidas - até 1960.

Artigo de Tiago Teixeira, publicado no facebook: https://www.facebook.com/photo?fbid=4698483583502207&set=a.102423989774879

Sobre o/a autor(a)

Técnico de informática e militante do Bloco de Esquerda.
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