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Investigadores lançam propostas para valorizar o trabalho científico

A Rede de Investigadores Contra a Precariedade Científica desafiou o Governo a resolver os problemas resultantes de décadas de “escolhas políticas” que precarizaram o trabalho científico. E aponta oito princípios orientadores dessas soluções.
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Bancada de laboratório. Fotografia de UFRB / Flickr

Após dois meses da primeira declaração de estado de emergência, a Rede de Investigadores Contra a Precariedade Científica lançou um “desafio ao Governo” para resolução de problemas que consideram estruturais para a ciência em Portugal e que foi publicado no jornal Público.

Segundo os investigadores subscritores do texto, assistimos atualmente a “uma crescente expetativa social face à ciência, vista como a principal solução para a crise pandémica: encontrando uma vacina, melhorando as terapêuticas, ajudando a resolver as questões económicas, propondo soluções para os problemas sociais e psicológicos ou estudando os instrumentos para voltar à ‘normalidade’”.

Os investigadores afirmam estar disponíveis para assumir o “desafio”, mas lamentam que o Governo e as universidades continuem sem reconhecer que as dificuldades dos investigadores resultam de décadas de “escolhas políticas” que precarizaram bastante o “trabalho científico” e impulsionaram o abandono da profissão e a emigração. E dão o exemplo do programa de regularização de precários na administração pública, o PREVPAP, que consideram ter sido “sabotado pela tutela, pelas universidades, pelas suas instituições de ensino superior e pelas associações de direito privado a estas ligadas que permitiram ‘esconder’ o trabalho precário e fingir que este não exercia funções na, e para, a universidade, ficando assim a maioria dos investigadores por regularizar.

A rede de investigadores aponta para oito soluções concretas para valorizar o trabalho científico que consideram ser do conhecimento do Governo e das instituições de ensino superior:

  1. “A carreira científica deve ser a normalidade do trabalho científico”;
  2. “Não podem existir carreiras paralelas”;
  3. “Nenhum trabalhador ou trabalhadora deverá poder ser contratado com uma bolsa”;
  4. “As instituições devem assumir a responsabilidade pelos/as seus/suas trabalhadores e trabalhadoras”;
  5. “A gestão das unidades de investigação e de ensino deve ser democrática”;
  6. “O sistema de financiamento deve ser credível”;
  7. “O sistema de concursos deve ser mais diverso e flexível”;
  8. “Impõe-se uma discussão séria sobre a reorganização do atual sistema científico e tecnológico”;
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