GUE/NGL condena castigo a Portugal e Espanha

13 de julho 2016 - 14:04

O grupo parlamentar europeu que integra o Bloco e o PCP reagiu à reunião do Ecofin que abre caminho às sanções por incumprimento do défice do ano passado. “A UE está determinada em destruir o que sobra do projeto europeu”, diz Marisa Matias.

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Eurodeputados do GUE/NGL conta as sanções a Portugal e Espanha. Foto GUE/NGL/Flickr

“Este processo nada tem a ver com as regras europeias e tem tudo a ver com a intenção das autoridades europeias de enfraquecer o governo eleito e a maioria parlamentar em Portugal, bem como os bons resultados das políticas que estão a ser implementadas”, afirmou a eurodeputada do Bloco de Esquerda.

Para Marisa Matias, depois da vitória do Brexit no referendo britânico e do fracasso das políticas de austeridade impostas por Berlim e Bruxelas, “a liderança da União Europeia parece determinada a destruir o que sobra do projeto europeu”.

Para o eurodeputado comunista João Ferreira, a decisão dos ministros das Finanças da UE são “mais um passo neste processo de chantagem e ingerência externa contra Portugal e o seu povo. Ela viola os direitos e as condições de vida do nosso país e é uma afronta à soberania nacional, à democracia e à vontade do povo português”.

Os eurodeputados espanhóis do GUE/NGL juntaram-se ao coro de críticas às sanções previstas por incumprimento do défice. “Enquanto os países grandes violam repetidamente as regras oficiais da UE, punem os países do Sul da Europa com essas mesmas regras – regras que já foram usadas para os empobrecer e fá-lo-ão novamente com esta decisão”, afirmou Xabier Benito, do Podemos. “O défice espanhol foi causado pelo nosso governo ao tapar os olhos sobre o que se passava no sistema financeiro”, acusou Benito.

Por seu lado, a eurodeputada Marina Albiol, da Izquierda Plural, também aponta a responsabilidade a Mariano Rajoy pelas eventuais sanções e acusa Bruxelas de estar “obcecada com o défice enquanto impõe medidas antissociais sobre o nosso país – mesmo indo contra a vontade expressa democraticamente pelo povo”.