Braga

Greve por falta de pagamento de subsídios na APPACDM

06 de dezembro 2024 - 18:28

Para além de estar em falta o subsídio de férias e de não ir ser pago o de Natal, o CES-Minho acusa a IPSS de estar a discriminar os trabalhadores sindicalizados.

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APPACDM Braga
APPACDM Braga. Foto do Facebook da instituição.

Esta sexta-feira foi de greve dos trabalhadores da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Braga. Em causa está o atraso no pagamento do subsídio de férias e o não pagamento do próximo subsídio de Natal.

A instituição, com 50 anos de existência, acompanha mais de 260 utentes e conta com cerca de 170 trabalhadores.

Sónia Ribeiro, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços do Minho, explica que alguns trabalhadores já receberam 25% do subsídio de férias que lhes era devido enquanto outros não receberam ainda nada. Denuncia uma discriminação dos trabalhadores filiados no seu sindicato e acusa a APPACDM de não cumprir o contrato coletivo de trabalho.

À Lusa, Bruno Silva, presidente da instituição, admite que “não tem tesouraria” para fazer os pagamentos mas nega a discriminação. Acusa por sua vez o anterior presidente de ter usado perto de 265 mil euros “para fins próprios” e de ter-se atribuído um salário mensal de mais de quatro mil euros, o que seria contra os estatutos da organização. Para além disso, alega que, quando assumiu o cargo, em fevereiro, encontrou um buraco financeiro “colossal” que pode ser superior a três milhões de euros.

Também à agência noticiosa nacional, o seu antecessor, Bruno Ramos, contrapõe que a acusação de apropriação de dinheiro “não corresponde minimamente à verdade” e que “até aos dias de hoje, nunca foi apresentado qualquer documento que comprove essa alegação”. Quanto ao salário recebido, justifica que não ganhava enquanto dirigente da instituição mas como “gestor” que teria a seu cargo serviços jurídicos, formação profissional, secretariado e comunicação. Lembra ainda que o atual presidente era no seu mandato presidente do Conselho Fiscal: “cabia-lhe fiscalizar todas as contas e nunca colocou qualquer entrave, tendo aprovado sempre tudo”.

Bloco de Esquerda de Braga presente e solidário

O Bloco de Esquerda de Braga marcou presença esta sexta-feira em Gualtar onde estes trabalhadores se concentravam em protesto, tendo manifestado solidariedade para com que está a reivindicar os seus direitos.

O grupo parlamentar do partido questionou também o Governo sobre os problemas nesta IPSS que “enfrenta uma situação complicada a nível financeiro” que se considera “grave não só do ponto de vista do incumprimento da legislação laboral, mas também incompreensível do ponto de vista de uma instituição que recebe financiamento estatal para desenvolver as suas atividades”.

Para o Bloco de Braga “é fundamental que haja um apuramento criterioso das condições de trabalho e do acompanhamento dos utentes”.