Santa Casa

“Governo tem de explicar qual é o plano que tem para a SCML”

30 de abril 2024 - 22:03

Isabel Pires frisou que não está em causa “uma instituição qualquer”, dado que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa “tem uma envergadura não só financeira, mas um impacto social muito grande” e que é imperativo saber “o que está realmente em causa".

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Isabel Pires.
Isabel Pires - Foto de Rita Sarrico

Em declarações aos jornalistas, a deputada bloquista enfatizou que, após a exoneração da mesa da SCML, o esclarecimento "mais importante neste momento é político: qual é o plano que o Governo PSD/CDS tem para a SCML".

"Ainda não ficou claro. O Governo apenas tem comentado a questão dos nomes e do porquê desta exoneração. O que nós precisamos de saber, até porque não é uma instituição qualquer - tem uma envergadura não só financeira, mas um impacto social muito grande -, é o que está realmente em causa", vincou.

Isabel Pires recordou que os problemas financeiros da instituição "já vinham de trás", e que já havia conhecimento de que as contas de 2021 e 2022 "tinham tido problemas". Inclusive, a Assembleia da República já tinha tido audições no ano passado precisamente para "tentar perceber o que é se passava com as contas" da SCML.

"Esse trabalho de audição foi sendo feito e nós obviamente acompanharemos todos os pedidos de audição que surgirem neste âmbito, porque está na nossa génese querermos obter todos os esclarecimentos", continuou.

Mota Soares? Passagem pelo Governo "não é propriamente um tempo de boa memória"

No que respeita à possibilidade de o ex-ministro e ex-dirigente do CDS Pedro Mota Soares assumir a provedoria da SCML, Isabel Pires apontou que, neste momento, se trata somente de uma projeção.

"A única coisa que podemos dizer sobre Pedro Mota Soares é que eu creio que muita gente no país ainda se lembra do tempo em que ele era ministro da Segurança Social [entre 2011 e 2015, durante o Governo de Passos Coelho] e não é propriamente um tempo de boa memória. Portanto, obviamente que nos pode deixar preocupados", adiantou.

Sobre se a exoneração de Ana Jorge pode consubstanciar "saneamento político", a deputada do Bloco respondeu que o partido não costuma ter por hábito "comentar esse tipo de alterações".

"O que nos interessa, e o que o povo português precisa de perceber, mais do que essa troca de nomes por eventualmente pessoas mais próximas ou menos próximas politicamente, o que interessa verdadeiramente é a política que está por detrás dessa escolha", disse, reiterando que "isso, até ao momento, ainda não foi revelado por parte do Governo".

O Governo anunciou na segunda-feira que a administração da SCML foi exonerada "com efeitos imediatos", argumentando que a equipa se tem “revelado incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição".