Numa carta subscrita por dezenas de eurodeputados e encabeçada por Catarina Martins, as lideranças da Comissão, Conselho e Parlamento Europeu são chamadas a condenarem o ataque sofrido pela embarcação principal da flotlha humanitária em águas tunisinas e a encetarem um rigoroso inquérito ao sucedido na madrugada de terça-feira. Entre os subscritores da carta estão membros dos grupos socialista, verdes, esquerda, popular e liberais, incluindo alguns portugueses. Além da eurodeputada do Bloco subscrevem os socialistas Marta Temido, André Franqueira Rodrigues, Bruno Gonçalves e o comunista João Oliveira.
Catarina Martins interveio no plenário do Parlamento Europeu na terça-feira para sublinhar esta exigência:
A Flotilha Global Sumud foi atacada e o silêncio das instituições europeias é ensurdecedor. Exigimos uma tomada de posição por parte de Roberta Metsola, Ursula Von Der Leyen e António Costa que vise proteger os cidadãos europeus que seguem corajosamente na flotilha. pic.twitter.com/OSPGnFtuBL
— Catarina Martins (@catarina_mart) September 9, 2025
Também a Aliança de Esquerda Europeia (ELA) reagiu ao ataque com drone a um dos principais barcos da flotilha humanitária para Gaza, onde viaja a delegação portuguesa. “Condenamos estas ações ilegais e exigimos passagem segura para a Flotilha e sanções contra Israel”, publicou a ELA nas redes sociais.
Esta aliança fundada pelo Bloco de Esquerda, Aliança Verde-Vermelha (Dinamarca), França Insubmissa, Podemos (Espanha), Razem (Polónia), Partido de Esquerda Sueco e Aliança de Esquerda (Finlândia), e que nos últimos meses contou com as adesões do EH Bildu (País Basco) e do Partido da Esquerda Socialista (Noruega) teve o seu congresso fundador no passado mês de junho, no Porto. Ali foi anunciada a intenção de avançar com o processo de uma Iniciativa Cidadã Europeia que irá recolher um milhão de assinaturas contra o genocídio em Gaza e para obrigar a Comissão Europeia a travar o massacre em curso.
Num comunicado a apoiar a Global Sumud Flotilla, as organizações de juventude dos partidos da ELA insurgem-se contra a falta de resposta dos governos europeus às ameaças dos governantes israelitas contra a flotilha humanitária, exigindo medidas de proteção diplomática aos participantes para garantir que nenhum ataque seria cometido contra eles.
Além disso, acrescentaram, “nada foi feito pela Comissão Europeia, que recusa denunciar os acordos de associação com Israel, assim financiando e facilitando o genocídio”. Além do reconhecimento imediato do Estado da Palestina, as organizações juvenis da ELA defendem sanções a Israel e medidas que distanciem a Europa dos crimes de guerra e contra a humanidade cometidos por este país.