Incêndios

Eucaliptal “é uma ameaça à vida das pessoas”, diz Mariana Mortágua

29 de setembro 2024 - 12:37

Mariana Mortágua visitou região de Aveiro afetada pelos incêndios. Criticando a postura do governo sobre as causas dos incêndios, a coordenadora bloquista apontou para a falta de gestão florestal e para a prevalência de "interesses económicos" na cultura do eucalipto.

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Mariana Mortágua em visita ao distrito de Aveiro
Fotografia de Esquerda.net

Numa visita a Águeda, a coordenadora nacional do Bloco de Esquerda falou sobre as causas dos incêndios em Portugal, sobretudo na falta de prevenção e gestão florestal. Mariana Mortágua criticou a postura do governo, que se apressou a culpar “interesses particulares” por detrás dos incêndios.

Segundo a dirigente bloquista, essa acusação serviu para “desviar as atenções do que é mais importante”, que é uma discussão sobre os incêndios cíclicos de largas extensões de eucalipto em Portugal. “Não há nenhum ordenamento de território porque há interesses económicos da indústria da celulose, da indústria do papel, da indústria do eucalipto, que não têm interesses que exista um ordenamento do território”, disse.

Para o Bloco de Esquerda, esses interesses económicos prejudicam o país e poderão causar danos irreversíveis. Para combater a destruição dos ecossistemas agro-florestais devido aos incêndios, Mariana Mortágua salientou a necessidade de prevenção na gestão florestal, especificando que “nestas zonas que arderam não se pode permitir que o eucalipto volte a crescer”.

No terreno, a comitiva do Bloco de Esquerda falou com as populações afetadas e escutou as preocupações dos cidadãos da região nas aldeias de Cadaveira e de Moutedo, mas também em Jafafe de Cima. Pelo caminho, percorreu uma grande área ardida de eucaliptal.

Uma das soluções para a proteção dos ecossistemas pode passar pela plantação de “árvores-bombeiras”, espécies autóctones que previnem o fogo de alastrar e que permitem proteger as aldeias. “É preciso apoios para que isso possa acontecer, tem de haver uma intervenção estatal”, explicou a coordenadora do Bloco de Esquerda. “Mais do que teorias da conspiração e de atirar culpas para outro lado”.