Estados Unidos processam Google por monopólio ilegal

21 de outubro 2020 - 9:07

O Departamento de Justiça dos EUA acusa a Google de violar leis “anti-trust” através do monopólio ilegal de publicidade e de buscas na internet, prejudicial para consumidores e concorrentes. Este é o mais significativo processo antimonopólio contra uma gigante tecnológica nos últimos 20 anos.

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"A Google tem um novo departamento de relações públicas", imagem de surrealpenguin/flickr
"A Google tem um novo departamento de relações públicas", imagem de surrealpenguin/flickr

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou esta terça-feira um processo antimonopólio contra a Alphabet, a empresa mãe da Google.

Esta é a maior ação contra uma gigante tecnológica nos últimos vinte anos. A investigação durou um ano e concluiu que a Google aproveitou a posição dominante nos mercados da publicidade e das buscas.

Segundo refere o El Pais, no centro do debate vai estar o crescente poder das gigantes tecnológicas. Atualmente, além deste processo há outras investigações em marcha no Departamento de Justiça e na Comissão Federal de Comércio contra a Apple, a Amazon e o Facebook. Por outro lado, mais de 40 Estados e administrações locais abriram investigações sobre a Google.

No processo, o Departamento de Justiça dos EUA argumenta que a Google garante o seu monopólio e prejudica a concorrência e a inovação, ao assinar acordos com fabricantes de telemóveis, que utilizam o sistema operativo Android, para que seja descarregado por defeito o Google.

O procurador-geral adjunto citou o pagamento de milhões de dólares à Apple para colocar o motor de busca da Google por defeito nos iPhones e a proibição de integrar motores de concorrentes através de contratos especiais.

“A conduta da Google é ilegal segundo os princípios antimonopolísticos tradicionais e deve ser travada”, declarou o procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Jeffrey Rosen, em conversas telefónicas com jornalistas.

“A Google é a porta de entrada para a internet e um gigante das buscas e da publicidade e manteve o seu poder de monopólio através de práticas excludentes que são prejudiciais à concorrência", sublinhou Jeffrey Rosen.

O Departamento de Justiça não pede o desmantelamento da empresa, mas sim um “alívio estrutural”, que pode traduzir-se no abandono das práticas denunciadas ou até mesmo de uma parte do seu negócio.

Segundo a Lusa, a Google respondeu na rede social Twitter, afirmando que “o processo judicial do Departamento de Justiça é profundamente fraco" e justificando: "As pessoas usam o Google porque querem - não porque são forçadas ou porque não conseguem encontrar alternativas".

Este processo constitui o processo antimonopólio mais significativo tomado pelo Governo federal desde maio de 1998, quando a Microsoft foi acusada de abusar da sua posição de monopólio ao comercializar em conjunto o seu sistema operativo Windows e o navegador de internet Explorer.