O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou esta terça-feira um processo antimonopólio contra a Alphabet, a empresa mãe da Google.
Esta é a maior ação contra uma gigante tecnológica nos últimos vinte anos. A investigação durou um ano e concluiu que a Google aproveitou a posição dominante nos mercados da publicidade e das buscas.
Segundo refere o El Pais, no centro do debate vai estar o crescente poder das gigantes tecnológicas. Atualmente, além deste processo há outras investigações em marcha no Departamento de Justiça e na Comissão Federal de Comércio contra a Apple, a Amazon e o Facebook. Por outro lado, mais de 40 Estados e administrações locais abriram investigações sobre a Google.
No processo, o Departamento de Justiça dos EUA argumenta que a Google garante o seu monopólio e prejudica a concorrência e a inovação, ao assinar acordos com fabricantes de telemóveis, que utilizam o sistema operativo Android, para que seja descarregado por defeito o Google.
O procurador-geral adjunto citou o pagamento de milhões de dólares à Apple para colocar o motor de busca da Google por defeito nos iPhones e a proibição de integrar motores de concorrentes através de contratos especiais.
“A conduta da Google é ilegal segundo os princípios antimonopolísticos tradicionais e deve ser travada”, declarou o procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Jeffrey Rosen, em conversas telefónicas com jornalistas.
“A Google é a porta de entrada para a internet e um gigante das buscas e da publicidade e manteve o seu poder de monopólio através de práticas excludentes que são prejudiciais à concorrência", sublinhou Jeffrey Rosen.
O Departamento de Justiça não pede o desmantelamento da empresa, mas sim um “alívio estrutural”, que pode traduzir-se no abandono das práticas denunciadas ou até mesmo de uma parte do seu negócio.
Segundo a Lusa, a Google respondeu na rede social Twitter, afirmando que “o processo judicial do Departamento de Justiça é profundamente fraco" e justificando: "As pessoas usam o Google porque querem - não porque são forçadas ou porque não conseguem encontrar alternativas".
Este processo constitui o processo antimonopólio mais significativo tomado pelo Governo federal desde maio de 1998, quando a Microsoft foi acusada de abusar da sua posição de monopólio ao comercializar em conjunto o seu sistema operativo Windows e o navegador de internet Explorer.