“Entre a austeridade e a desobediência, não há meio termo”

21 de setembro 2015 - 11:47

A campanha do Bloco da Guarda contou com a presença de Marisa Matias este fim de semana. O candidato independente Jorge Mendes criticou o abandono do interior, feito com a conivência dos deputados do distrito.

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Domingo de campanha no distrito da Guarda. Foto Ana Gonçalves

Na sessão pública realizada em Celorico da Beira, Jorge Mendes apresentou a lista do Bloco de Esquerda, que junta independentes e militantes do partido e atacou a política de austeridade que fez aumentar a pobreza, o desemprego e a dívida. “O discurso da crise tenta legitimar o percurso ideológico da direita, pela privatização de recursos e serviços públicos, universalização pela liberdade de circulação de mercadorias, bens e não de pessoas”, acusou o ex-presidente do Instituto Politécnico da Guarda, dando o exemplo da crise dos refugiados, que mostrou a falta de capacidade e vontade política para uma resposta europeia.

Em seguida, apelou aos eleitores para que castiguem os partidos que elegeram deputados pelo distrito e nada fizeram para combater o abandono do interior. “Quando foi das Scuts o que é que os deputados do PSD da Guarda fizeram? Votaram a favor e o PS absteve-se, e o mesmo se passou com o tribunal”, lembrou Jorge Mendes.

[caption align="left"]Domingo de campanha no distrito da Guarda. Foto Ana Gonçalves[/caption][caption align="center"]Domingo de campanha no distrito da Guarda. Foto Ana GonçalvesDomingo de campanha no distrito da Guarda. Foto Ana GonçalvesDomingo de campanha no distrito da Guarda. Foto Ana Gonçalves[/caption]

O tema dos refugiados também marcou a intervenção de Marisa Matias, que resumiu a história do conflito sírio e a responsabilidade das potências ocidentais no fortalecimento do Estado Islâmico, que ainda prossegue com a compra de petróleo e a venda de armamento.

“É uma vergonha não termos chegado a acordo para alojarmos 120 mil pessoas em 28 países, o equivalente ao antigo Estádio da Luz”, prosseguiu Marisa Matias, concluindo que por este caminho “acabamos com qualquer perspectiva de solidariedade europeia”.

Marisa Matias fez ainda o balanço da integração económica do país na UE, com destaque para o “péssimo negócio” dos subsídios à agricultura desligados da produção, uma “herança de Cavaco Silva” e do modelo do “bom aluno” em que a falta de produtividade se compensava com os fundos estruturais. “Entretanto veio a crise e os fundos estruturais são suspensos, sofremos uma dupla sanção”, prosseguiu a eurodeputada do Bloco, descrevendo a situação atual do país como estando “preso num colete de forças” no atual enquandramento das instituições europeias: “quem manda e quem governa não está nos governos”, acusou a deputada, referindo-se às agências de rating e a organismos não democráticos, como o Eurogrupo.

[caption align="left"]Domingo de campanha no distrito da Guarda. Foto Ana GonçalvesDomingo de campanha no distrito da Guarda. Foto Ana Gonçalves[/caption]

Para além desta sessão pública em Celorico da Beira, o domingo de campanha no distrito da Guarda passou pelas vindimas na Quinta de São Lourenço, e pelo contacto com a população na Festa do Cobertor de Papa da aldeia de Maçainhas, e a festa medieval em Sortelha.