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“Entre a austeridade e a desobediência, não há meio termo”
Na sessão pública realizada em Celorico da Beira, Jorge Mendes apresentou a lista do Bloco de Esquerda, que junta independentes e militantes do partido e atacou a política de austeridade que fez aumentar a pobreza, o desemprego e a dívida. “O discurso da crise tenta legitimar o percurso ideológico da direita, pela privatização de recursos e serviços públicos, universalização pela liberdade de circulação de mercadorias, bens e não de pessoas”, acusou o ex-presidente do Instituto Politécnico da Guarda, dando o exemplo da crise dos refugiados, que mostrou a falta de capacidade e vontade política para uma resposta europeia.
Em seguida, apelou aos eleitores para que castiguem os partidos que elegeram deputados pelo distrito e nada fizeram para combater o abandono do interior. “Quando foi das Scuts o que é que os deputados do PSD da Guarda fizeram? Votaram a favor e o PS absteve-se, e o mesmo se passou com o tribunal”, lembrou Jorge Mendes.
O tema dos refugiados também marcou a intervenção de Marisa Matias, que resumiu a história do conflito sírio e a responsabilidade das potências ocidentais no fortalecimento do Estado Islâmico, que ainda prossegue com a compra de petróleo e a venda de armamento.
“É uma vergonha não termos chegado a acordo para alojarmos 120 mil pessoas em 28 países, o equivalente ao antigo Estádio da Luz”, prosseguiu Marisa Matias, concluindo que por este caminho “acabamos com qualquer perspectiva de solidariedade europeia”.
Marisa Matias fez ainda o balanço da integração económica do país na UE, com destaque para o “péssimo negócio” dos subsídios à agricultura desligados da produção, uma “herança de Cavaco Silva” e do modelo do “bom aluno” em que a falta de produtividade se compensava com os fundos estruturais. “Entretanto veio a crise e os fundos estruturais são suspensos, sofremos uma dupla sanção”, prosseguiu a eurodeputada do Bloco, descrevendo a situação atual do país como estando “preso num colete de forças” no atual enquandramento das instituições europeias: “quem manda e quem governa não está nos governos”, acusou a deputada, referindo-se às agências de rating e a organismos não democráticos, como o Eurogrupo.
Para além desta sessão pública em Celorico da Beira, o domingo de campanha no distrito da Guarda passou pelas vindimas na Quinta de São Lourenço, e pelo contacto com a população na Festa do Cobertor de Papa da aldeia de Maçainhas, e a festa medieval em Sortelha.
Comentários
É uma vergonha!
Excelentíssima, Marisa Matias.
Maior vergonha do que essa é UE não ser capaz de chegar a acordo para combater a pobreza que graça pela Europa, a UE não é capaz de arrumar a sua própria casa e vem agora encontrar soluções de solidariedade para com outros povos? Povos que estão arruinados por culpa da própria Europa!
O capitalismo fez o que quis com a conivência da UE. Agora andamos a culpar as agências de rating, tão estimulantes para a competitividade capitalista da UE?
Já dizia Marx: os bancos emprestam-nos um chapéu de chuva no verão, para no inverno nos virem retirar no inverno.
Essa coisa da solidariedade da UE é a maior das demagogias!
Atenciosamente.
Basílio Feiteira.
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