Fabian Figueiredo encerrou na tarde desta terça-feira as jornadas parlamentares do Bloco de Esquerda, revendo vários dos temas que foram discutidos como a habitação, a saúde e a Segurança Social.
A propósito da visita ao bairro da Relvinha, “um bom exemplo de como o país pode encontrar soluções justas para resolver os problemas da habitação”, recordou o seu lema de que “a casa de quem trabalha não pode sair do salário”.
Para combater a crise da habitação, lembrou as propostas que já tinham sido apresentadas ao longo destas jornadas, como um levantamento atualizado das casas que estão vazias em Portugal, e que serão 700 mil, “mais casas do que pessoas”, para as quais é preciso encontrar soluções que passam por “mobilizar estas casas para rendas a custos controlados”; definir tetos máximos para as rendas como acontece em vários países europeus e da OCDE; e criar um “mecanismo simples” que é um canal de denúncia seguro que dê lugar um contrato de arrendamento a custos controlados.
Sobre políticas de saúde, o líder parlamentar bloquista criticou o plano de emergência prometido por Luís Montenegro que iria resolver os principais problemas da saúde, contrapondo que “onde havia problemas, passaram a existir mais problemas” e “onde havia previsibilidade passou a haver caos”.
Para além disso, “em vários casos, onde havia bons gestores na área da saúde, passou a haver uma partidarização dos cargos públicos”. Por causa disto, anunciou-se o agendamento de uma interpelação à ministra da Saúde “para confrontar o Governo com a partidarização que se espalha por todos os ramos do Serviço Nacional de Saúde”.
A terceira área em que centrou a sua intervenção foi a Segurança Social. Aqui denunciou que a constituição do Grupo de Trabalho para reformar o sistema “é o regresso à velha vontade da direita de privatizar a Segurança Social”.
Fabian Figueiredo notou que “o próprio mandato do Grupo de Trabalho prevê que sejam encontradas soluções para estimular os fundos privados de pensões”, manifestando-se assim desde logo a intenção de “desviar recursos públicos da Segurança Social para estimular o negócio dos fundos de pensão privados”.
Depois, várias das personalidades nomeadas são “são raposas colocadas no galinheiro” por estarem ligados àqueles fundos. Quem encabeça o grupo, Jorge Bravo, “há anos prevê déficits na Segurança Social que nunca se confirmaram”, pois “o que a direita quer é criar um pânico moral, um pânico social, dizendo que a Segurança Social não é sustentável, para criar um negócio à volta das nossas pensões”.
O dirigente bloquista sublinhou que “a direita tentou e falhou no passado destruir o sistema de segurança social solidário, universal”. E deixou a garantia de que “vai voltar a falhar” e o seu partido vai fazer por isso, a comelar por chamar a ministra do Trabalho e da Segurança Social à Assembleia da República para “explicar ao país as suas reais intenções”.