O dirigente do Sindicato das Indústrias Transformadoras e da Energia - SITE, Vítor Tavares, disse à agência Lusa que o encerramento da unidade fabril da Guarda foi anunciado pela administração numa reunião com a comissão sindical e com trabalhadores, nesta sexta feira.
A decisão da administração apanhou os trabalhadores desprevenidos, pois a última leva de despedimentos, nos primeiros meses deste ano, tinha sido feita sob o pressuposto de “tornar a empresa viável”, o que “não se veio a concretizar”, salienta o sindicalista que sublinha que o futuro dos trabalhadores “não se prevê muito risonho” devido à falta de emprego na região.
A administração da Delphi justifica o encerramento com a falta de encomendas devido à crise económica, anunciando que a produção vai ser deslocalizada para a Polónia.
O governador civil da Guarda, Santinho Pacheco, também foi apanhado desprevenido e disse à TSF que não esperava este desfecho, até porque há três meses teve uma reunião com a administração onde lhe foi dito que “o facto de estarem a reduzir o número de trabalhadores para cerca de 300 seria para, feito o estudo da viabilidade económica, manter a médio prazo o funcionamento da empresa”. Santinho Pacheco diz que o encerramento da Delphi é “terrível” para a região e prometeu que vai pedir ao governo uma saída para este “drama”.
Os trabalhadores estão preocupados e disseram-no à reportagem da Lusa. Um deles, Fausto Monteiro disse que recebeu a notícia do fecho da empresa multinacional com “muita raiva” e justifica:
“Depois de saírem os nossos colegas [em dois despedimentos coletivos anteriores] fomos muito pressionados para trabalhar muito e agora acabou-se”.
Entre 31 de dezembro de 2009 e finais de maio deste ano a Delphi da Guarda despediu 601 pessoas, a maioria mulheres.
Para terça feira está marcada nova reunião entre a administração da Delphi da Guarda e os sindicatos, para discussão de pormenores relacionados com o despedimento dos trabalhadores.
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