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“De Pé, porque queremos mesmo que este país se levante contra a austeridade”

Marisa Matias acusou o governo de estar de joelhos, “prostrados face aos interesses financeiros, face aos interesses alemães” e apelou ao voto no Bloco de “todos e todas que votaram no PSD e no CDS e se sentiram traídos” e “das pessoas que votaram no PS e veem o seu socialismo morrer cada vez que Seguro ou Assis abrem a boca”. A concluir, a eurodeputada declarou: “Este é o tempo em que não podemos negar o que de mais evidente deve existir em democracia, a dignidade!”.

O Bloco de Esquerda encerrou a campanha eleitoral no Porto, num jantar comício com sala cheia - cerca de 500 pessoas.

No comício intervieram José Soeiro, João Teixeira Lopes, Luís Fazenda, Catarina Martins e Marisa Matias e Ana Luísa Amaral declamou um poema sobre a Grécia.

Bloco propõe-se defender o país da austeridade, não só em Portugal, mas à escala europeia

Na primeira intervenção, José Soeiro saudou as pessoas em nome do Bloco do Porto e a energia militante que fez a campanha.

Soeiro destacou que a lista do Bloco é a única que se propõe defender o pais da austeridade, não só em Portugal, mas à escala europeia e sublinhou que é uma lista rica de pessoas, de lutas, de compromissos – uma Esquerda que se levanta em nome das vítimas da austeridade.

José Soeiro lembrou Miguel Portas e o seu papel no Parlamento Europeu e recordou que Alda Sousa, rejeitou o subsídio de reintegração, a que tinha direito, mas que se trata de um abuso dos eurodeputados que Miguel Portas denunciou e o Bloco combateu.

Bloco nasceu “para desobedecer ao abuso de poder, à injustiça, à mordomia”

João Teixeira Lopes denunciou a hipocrisia de Juncker e salientou que “o nosso inimigo é a austeridade - esta economia mata”. Referiu também que “são nossos inimigos todos os que a usam para nos humilhar para nos torcer” e que “por isso o nosso cartaz dizia não somos dívidas. Nós somos pessoas e valemos muito mais que as mercadorias”.

Teixeira Lopes falou também do combate do Bloco contra os abusos, lembrou de novo a batalha de Miguel Portas contra as mordomias dos deputados europeus, salientou a recusa de Alda Sousa a aceitar essas mordomias (o subsídio de reintegração), e realçou ainda a proposta do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda dos deputados terem exclusividade de funções.

Teixeira Lopes salientou ainda que o Bloco nasceu “para desobedecer ao abuso de poder, à injustiça, à mordomia”, dizendo que “somos gente que se levanta, que não atrasa o futuro”, recordando que “a nossa gente esteve na rua a lutar contra a Troika” e concluindo por relembrar a letra da Internacional “que nos diz: De pé ó vítimas da fome...”

“Na Europa há sinais evidentes de uma crise das instituições europeias”

Na sua intervenção, Luís Fazenda disse que na Europa “não é apenas a crise que se adensa”, que “começamos a ter sinais muito evidentes de uma crise política, de uma crise das instituições europeias”, sublinhando que “o centro europeu hoje navega numa adversidade latente”.

Fazenda salientou ainda que “as alterações dos tratados contestados à esquerda e à direita constituem um caldo especialmente explosivo” e que “com os deputados que vamos eleger teremos uma palavra”.

O deputado bloquista realçou que “os tratados que eles querem eleger, nós queremos abater”, que o Bloco defende uma "outra Europa, o que nos dá uma personalidade política única e singular no panorama português".

Luís Fazenda sublinhou também que “se queremos um projeto socialista para Portugal ele tem que ter uma escala mais ampla”, que “o partido que está aqui a defender outra Europa é o Bloco de Esquerda”, que “defendemos o referendo do Tratado Orçamental”, referindo que Manuela Ferreira Leite “diz que ninguém fala do Tratado Orçamental” e sublinhou: “Não falam no partido dela, nós falamos sim”.

Fazenda concluiu, referindo o referendo ao tratado orçamental: “Deixemos os povos decidir”.

"Campanha da direita dominada pelo ruído e pela distração do essencial”

João Lavinha fez a síntese das queixas que lhe foram feitas ao longo da campanha, precários, sindicalistas, investigadores, moradores de bairros sociais, diretores de associações de doentes crónicos...

O segundo candidato às eleições europeias lembrou o “coro de vozes que reclama a justiça social, fiscal” e criticou a campanha da direita “dominada pelo ruído e pela distração do essencial”.

“No domingo, votamos para punir a direita, contra a austeridade, mas também pela alternativa”

Na sua intervenção, Catarina Martins referiu que “no domingo vamos desistir ou vamos votar” e que “usamos a força do voto para mudar as nossas vidas ou encolhemos os ombros e continuamos as nossas vidas”.

A coordenadora do Bloco salientou também que “no domingo, votamos para punir a direita, contra a austeridade, mas também pela alternativa”.

Referindo que o Bloco de Esquerda faz da revolta proposta, criticou a direita que “no desespero de quem sabe que tudo vai perder fez tudo para enxovalhar as eleições”, que “faz tudo para promover a abstenção”, salientando que “o apelo contra a abstenção é para derrotar a direita, contra a resignação".

A coordenadora do Bloco disse que “todas as lutas estão na lista do Bloco de Esquerda, sem paternalismo”, no “combate ao privilégio e ao abuso”, salientando que o Bloco luta “por uma democracia exigente”, “contra a nuvem do conflito de interesses” e que, “nesta luta pela democracia, a luta é também pela alternativa”.

Catarina Martins criticou ainda o PS que “não quis debater o Tratado Orçamental e fugiu a qualquer resposta séria sobre a reestruturação da dívida”.

“Num país onde se reestruturou tudo, diz-se que não se pode reestruturar a dívida” disse Catarina Martins e salientou: “A fuga do PS às questões desta campanha é a confirmação do que sabemos, no PE os deputados do PS continuarão a votar com a direita”.

A coordenadora do Bloco sublinhou também que “num país em que cortaram em tudo o que é essencial, pois saibam que a dívida pública continua a aumentar...” e afirmou: “Rejeitar esta sangria do país é dizer não ao Tratado Orçamental”.

Lembrando a importância da Esquerda Europeia, Catarina Martins afirmou: “O governo que destrói as nossas vidas tem que ser derrotado. No domingo temos que votar onde dói mais ao governo, no Bloco de Esquerda”.

Catarina Martins afirmou a concluir: “Vamos votar com a revolta na mão e a resistência na outra”.

“Este é o tempo em que não podemos negar o que de mais evidente deve existir em democracia: a dignidade!”

Na úlitma intervenção do Bloco de Esquerda nesta campanha, Marisa Matias afirmou que “foi uma honra fazer esta campanha”, agradecendo à lista e a todas e todos os apoiantes.

A eurodeputada manifestou a solidariedade com os trabalhadores da Lunik, com quem esteve no último dia de campanha”, denunciando que “há 22 trabalhadores e trabalhadoras que foram despedidos, e aos que ficaram foram acrescentadas 2 horas por dia todos os dias da semana” e acusando o “governo que aprova leis que permitem isto”.

“O povo de esquerda é um povo que vai à luta e que não desiste” referiu a eurodeputada para destacar que “no domingo o Bloco pode ultrapassar o CDS”, que dois eurodeputados são mais necessários do que 2 do CDS e que o Bloco merece porque luta pela “saúde, a educação e a cultura” que “não são luxos, são direitos”.

“Nós escolhemos como lema De Pé, porque queremos mesmo que este país se levante contra a austeridade. De Pé, porque há muita gente que não se cansou ainda de lutar pela sua dignidade e pelos seus direitos” afirmou Marisa Matias e acusou: “De pé porque estamos fartos, completamente fartos da outra posição, que tem sido tão comum ao longo dos anos em Portugal, que é estar de joelhos, prostrados face aos interesses financeiros, face aos interesses alemães, de joelhos é como tem estado o governo”.

A concluir, Marisa Matias apelou ao voto no Bloco de Esquerda de “todos e todas que votaram no PSD e no CDS e se sentiram enganados, traídos”, “das pessoas que votaram no PS, que são verdadeiramente socialistas, e que veem o seu socialismo morrer casa vez que Seguro ou Assis abrem a boca” e afirmou: “Este é o tempo em que não podemos negar o que de mais evidente deve existir em democracia, a dignidade!”.

Jantar de encerramento da campanha no Porto

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