A viagem no Intercidades começou com atraso, o que não surpreendeu ninguém que esperava o comboio no cais na Covilhã. Mariana Mortágua e Beatriz Realinho, cabeça de lista pela Guarda, juntamente com Inês Antunes e José Miguel Lopes, que encabeçam as candidaturas bloquistas por Castelo Branco e Viseu, respetivamente, quiseram aproveitar a viagem de 50 minutos para alertar para a falta de alternativas ao automóvel na mobilidade para quem vive nas regiões do interior. Mas também para mostrar que "há coisas boas em Portugal", como a reabertura em 2021 da linha da Beira Baixa que "presta um serviço essencial às populações", apesar de muito insuficiente. Quanto à Linha da Beira Alta, continua à espera das obras de eletrificação há dois anos, com reabertura prevista ainda em 2024.
“Quer-se combater a desertificação e o isolamento do interior, mas depois os transportes são os mais caros do país", apontou Mariana Mortágua, defendendo a criação de um passe intermodal na região, como acontece nas áreas metropolitanas, reduzindo o custo para a carteira dos habitantes e estimulando o hábito de utilização dos transportes públicos. Ao argumento da falta de procura por estes transportes, Mariana Mortágua responde com a degradação do serviço que foi afastando as pessoas à medida que deixaram de contar com transportes com horários fiáveis e que sirvam as suas necessidades.
Mariana Mortágua, Inês Antunes (Castelo Branco), José Miguel Lopes (Viseu) e Beatriz Realinho (Guarda). Foto Esquerda.net
Ao início da tarde, Mariana Mortágua encontrou-se com uma delegação da Plataforma P’la Reposição das SCUT, numa reunião que serviu para reafirmar o compromisso do Bloco com o fim das portagens nestas estradas.
“Nós percebemos que há o abandono do interior, e da mobilidade, quando não se aposta em transportes públicos e se atira as pessoas para a rodovia, cobrando por isso, é quase dizer, é obrigatório passar por ali, mas tens de pagar por isso”, disse Mariana Mortágua, citada pela Rádio Covilhã, sublinhando que “é da maior injustiça que se continue a cobrar portagens em vias do interior que são as únicas seguras para circular”. A coordenadora do Bloco defendeu ainda a renegociação das PPP rodoviárias "que têm custos imensos para o Estado".