Depois de 26 anos de funcionamento, a Casa de Repouso Henry Dunant encerrou esta quarta-feira. Trata-se de uma Estrutura Residencial para Idosos situada em Beja e propriedade da Cruz Vermelha Portuguesa. Também a Casa de Repouso José António Marques, da mesma entidade e na mesma cidade, tinha encerrado já há dois meses deixando 15 pessoas no desemprego.
Ao Jornal de Notícias, a CVP assegura que “garantiu uma solução” para os idosos dos dois lares, esclarecendo que “foi possível recolocar 39 utentes em outros equipamentos num processo realizado em estreita colaboração com as famílias e a Segurança Social” e que “82% desses utentes foram recolocados a menos de 50 quilómetros da área de residência dos seus familiares, podendo requerer o processo de reaproximação”. Outros 17 terão saído “por iniciativa própria, tendo as famílias optado por outras alternativas”.
Quem não teve nenhuma solução para a sua situação foram as 29 trabalhadoras que ficam agora desempregadas.
Em abril passado, ao Público, a instituição justificava o encerramento com as “precárias condições físicas” das instalações. Então, dizia que iria cumprir a lei no que diz respeito ao despedimento coletivo mas também garantir “o acompanhamento individualizado de cada trabalhador tendo em conta a sua situação socio-económica”, que contactaria “com outros empregadores da região, com o intuito de encontrar soluções profissionais para o maior número possível de trabalhadores” e que “sempre que tal se verifique necessário” poderia inclui-los “no seu sistema de apoio social”. O certo é que acabaram despedidos.
Trabalhadores e utentes tinham em conjunto criado o Movimento para a Salvaguarda dos Utentes, Famílias e Trabalhadores dos Lares da Cruz Vermelha de Beja e feito várias manifestações em defesa da manutenção em funcionamento dos espaços.