Creches, escolas e universidades fecham a partir desta sexta-feira

21 de janeiro 2021 - 9:39

O Público avança que a decisão foi tomada esta quarta-feira durante uma reunião entre António Costa, o ministro da Educação, a ministra da Saúde e a ministra da Presidência. Marta Temido avança que as estimativas apontavam que só atingiríamos o atual número de casos no final do mês.

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Foto de Paulete Matos.

Conforme apurou o Público, todo o sistema de ensino será encerrado. As ministras Mariana Vieira da Silva e Marta Temido reuniram com Tiago Brandão Rodrigues e com António Costa após a reunião do Infarmed. A Presidência do Conselho de Ministros avança que o encontro com os epidemiologistas foi fundamental “para perceber e analisar a evolução recente da pandemia, nomeadamente no que respeita à presença da nova estirpe da covid-19, tendo em atenção possíveis medidas a adoptar para inverter o crescimento acelerado da infecção”. A decisão sobre o encerramento de creches, escolas e universidades será anunciada após o Conselho de Ministros.

Após a reunião com o primeiro-ministro, o ministro da Educação e a ministra da Presidência, Marta Temido afirmou, em entrevista à RTP1, que os dados que lhe foram apresentados, designadamente no que respeita à disseminação da variante britânica do coronavírus SARS-CoV-2, “obrigarão a novas reflexões sobre possíveis medidas a tomar”.

A ministra da Saúde admitiu que 20% dos casos de covid-19 se devem à variante britânica e que essa percentagem possa ascender a 60%. “Estimávamos que o número de casos de hoje tivéssemos só no final do mês”, apontou Marta Temido. A governante alertou ainda para a “exaustão física e psicológica” dos profissionais de saúde na linha da frente do combate à pandemia. “É muito penoso sentirem que a situação nos está a ultrapassar a todos”, continuou. Marta Temido referiu que “afigura-se possível” que sejam atingidas 20 mil mortes até ao mês de março.

“Caminhar sobre gelo muito fino” com os grupos privados de saúde

Marta Temido, citada pelo Jornal Económico, pronunciou-se ainda sobre a negociação com os privados. A ministra afirmou que não é a requisição civil que por si só resolve o problema. “Estamos a caminhar sobre gelo muito fino”, assinalou, referindo que acredita na existência de disponibilidade para “aprofundar o relacionamento” com os grupos privados de saúde.

Marta Temido desmentiu a ideia de que os profissionais de saúde estão “exatamente na situação-limite de ter de escolher entre quem salvar”. Mas reconheceu que “estamos próximos” da situação de catástrofe.

A ministra da Saúde deixou um apelo no sentido da doação de sangue de que os hospitais necessitam.