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CP rescinde contrato dos bares de comboios, trabalhadores mantêm greve
Os trabalhadores dos bares dos comboios da CP continuam em luta por uma solução para um problema que não criaram. A empresa concessionária viu as suas receitas penhoradas pelo fisco e não pagou os salários de fevereiro. Entretanto, "os comboios estão a circular sem serviço de bar e refeições, incluindo sem água potável, o que é inaceitável e ilegal", acusa a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT).
Segundo revelou esta quinta-feira a federação sindical, o Governo informou "que está a ser feita uma consulta ao mercado para entregar a exploração a outra empresa, que o problema será resolvido no prazo de 30 dias e que a CP já rescindiu o contrato de concessão, acrescentando que dará uma informação mais completa na reunião do Ministério do Trabalho que terá lugar dia 8 de março".
Mas os trabalhadores não se conformam com esta solução nem com a perspetiva de virem a perder pelo menos dois meses de salários. "Por isso, os trabalhadores exigem justamente ao Governo que obrigue a CP a assumir a gestão direta do serviço de refeições a bordo dos comboios de longo curso Alfa Pendular e Intercidades, que a CP assuma os contratos de trabalho dos trabalhadores e que garanta o pagamento do salário de fevereiro", refere a FESAHT.
A gestão dos bares pelo operador ferroviário é uma realidade a nível europeu e o fracasso desta experiência de concessão em Portugal é mais uma prova de que a CP devia regressar a este modelo, defendem os trabalhadores. Por outro lado, argumentam que com a rescisão do contrato se verifica a reversão da exploração desta unidade económica e daí resulta que os contratos dos trabalhadores transmitem-se para a CP com todos os direitos e regalias, tal como aconteceu recentemente com os trabalhadores das cantinas no Instituto Politécnico do Porto.
Os trabalhadores mantêm uma vigília permanente nas estações de Campanhã e Santa Apolónia e reúnem esta sexta-feira em plenário pelas 17 horas, nas duas estações, para decidir novas formas de luta.
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