Pelas 17h30, a Praça 8 de Maio, em Coimbra, o Jardim Manuel Bívar, em Faro, e o Jardim Tomás Ribeiro, em Viseu, serão palco de concentrações pela defesa dos direitos das mulheres. Meia hora mais tarde, pelas 18h, terão início as iniciativas agendadas para a Praça Luís de Camões, em Lisboa, e para a Avenida Central, em Braga. Já pelas 18h30, Barcelos, na Porta Nova, Guimarães, na Praça do Toural, Porto, na Praça dos Poveiros, e Viana do Castelo, na Praça da República, amplificarão as vozes de quem luta contra a invisibilidade imposta pelo poder patriarcal. Estas iniciativas são convocadas pela Rede 8 de Março, com a exceção do evento a realizar em Viseu, que é promovido pela Plataforma Já Marchavas.
No manifesto divulgado na sua conta de Instagram, a plataforma Greve Feminista Internacional – Portugal, que irá integrar as iniciativas do dia 8 de Março, lembra que “continua a ser sobre as mulheres que mais recaem as consequências da violência machista, da desigualdade económica e da crise de cuidados de um sistema capitalista, racista, colonial, capacitista, hetero-cis-sexista”.
“O poder patriarcal quer silenciar-nos e invisibilizar-nos nas várias esferas da nossa vida individual e coletiva, seja nas ciências, no desporto, na cultura, na política. Nós, as que somos mulheres lésbicas, mulheres trans, homens trans, pessoas não-binárias, trabalhadoras do sexo, pessoas racializadas, pessoas com deficiência, encontramos ainda mais barreiras à nossa liberdade, ao nosso direito a uma vida autodeterminada”, lê-se no documento.
A plataforma defende que “só uma luta unida, coletiva e contínua defende e aprofunda as nossas conquistas perante tal cenário histórico e o que se vem desenhando a partir da crise socioeconómica e das ondas reacionárias e antifeministas que se levantam”.
“É por isso que continuamos a estar nas ruas pela defesa dos nossos direitos, por uma vida digna, por uma vida que valha a pena ser vivida. Reivindicamos a plena aceitação da diversidade humana, a autodeterminação, a defesa contra a violência, o direito aos cuidados, o direito sobre os nossos corpos e direito ao prazer, o acesso à saúde sexual e reprodutiva, o reconhecimento do trabalho informal e o fim da precariedade à qual nos submetem constantemente”, refere o manifesto.
O documento é subscrito por “coletivos e associações do feminismo interseccional” que acreditam “que as pessoas exploradas e oprimidas são as protagonistas das suas próprias causas, vidas e experiências”, entre as quais A Coletiva, Associação Portuguesa pelos Direitos da Mulher na Gravidez e Parto, Associação Espaços - Projetos Alternativos de Mulheres e Homens, Coletivo Feminista As DEsaFiantes, Precários Inflexíveis, Centro de Vida Independente, Clube Safo, Feministas Em Movimento, Feministas.pt, Grupo Partilha d'a Vida, Samane_Portugal, ILGA Portugal, Kosmicare, Manasaferspace, Movimento dxs Trabalhadorxs do Sexo, Panteras Rosa, Por Todas Nós - Movimento Feminista, SOS Racismo, Livraria das insurgentes, TransMissão, UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta, Casa T, Casa do Brasil, Solidariedade Imigrante - Associação para a Defesa dos Direitos dos Imigrantes, GAT - Grupo de Ativistas em Tratamentos, Climáximo, Colombina Clandestina, Anémona, Ação pela Identidade, Rede Ex Aequo e OVOpt - Observatório de Violência Obstétrica em Portugal.
No âmbito do conjunto de iniciativas “A Caminho do 8 de março”, as DesaFiantes e o Movimento dxs Trabalhadorxs do Sexo promovem a sessão “Sexualidade como um Direito: Os caminhos para o prazer”, que terá transmissão online às 21h deste domingo.