A associação Unidos em Defesa das Covas do Barroso (UDCB) convocou uma ação contra o avanço da mina de lítio para dia 18 de janeiro. A ação foi convocada depois de, no dia 6 de dezembro, a secretária de Estado da Energia ter concedido uma servidão administrativa de um ano à empresa que quer explorar a mina de lítio.
A comunidade das Covas do Barroso, que defende aquele território da destruição há sete anos, terá de se mobilizar novamente contra os interesses da Savannah Resources, a empresa que desde o início tenta explorar o lítio presente na região.
“A empresa não perdeu tempo. Contra a vontade das proprietárias, avançou com as máquinas e começou a aplanar a Serra para colocar plataformas de prospeção”, denuncia a UDCB. “50 anos após o 25 de Abril, o Estado continua a impor projetos à força, indiferente à realidade e às vontades das pessoas, chamando tudo isto um 'procedimento normal'”.
Marcada para dia 18 de janeiro, às 11 horas, a ação procura reunir os habitantes das Covas do Barroso no Largo do Cruzeiro, para “rejeitar o despacho ministerial de obediência”. A UDCB explica também que a “pressa” da Savannah Resources em avançar com as plataformas de prospeção está relacionada com o cumprimento do relatório de conformidade (RECAPE), estabelecido na Declaração de Impacto Ambiental que a Agência Portuguesa do Ambiente concedeu.
“O que se passa é tudo menos normal. Não é normal colocar quatro minas a céu aberto a escassos metros de três aldeias. Não é normal esventrar a Serra, desviar cursos de água, destruir um modo de vida reconhecido como Património Agrícola Mundial. Tampouco é normal menosprezar a voz das pessoas e atuar como se nada tivessem a dizer sobre o lugar que habitam, cuidam e amam”, lê-se no comunicado de imprensa preparado pela UDCB.
Contra a imposição do projeto de extração de lítio, as comunidades locais insistem que o único caminho em frente é “resistir”, uma vez que “não somos nem seremos meros territórios de extração”.