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CIA condecora príncipe saudita pela luta contra o terrorismo

A medalha da CIA a um dos países centrais no financiamento do Estado Islâmico foi entregue pelo diretor da agência, Michael Pompeo, ao príncipe herdeiro e ministro do interior, Mohammed bin Nayef.
O diretor da CIA e o príncipe herdeiro saudita no momento da entrega da medalha em Riade.
O diretor da CIA e o príncipe herdeiro saudita no momento da entrega da medalha em Riade. Foto SPA

Com o nome do ex-diretor da agência de espionagem norte-americana, George Tenet, a condecoração entregue esta sexta-feira serviu para distinguir o príncipe herdeiro e ministro da Defesa saudita “pelo seu trabalho na área do contraterrorismo e o seu contributo para a paz e segurança internacionais”, revela a Al-Arabya.

A medalha da CIA ao dirigente de um país apontado como uma das principais origens do financiamento do Estado Islâmico, que tem reivindicado  atentados terroristas em muitos países, não surpreende, dadas as relações próximas entre Washington e Riade. No recente decreto para proibir a entrada de pessoas de países com maioria muçulmana, Donald Trump deixou a Arábia Saudita de fora da lista dos sete países alvo da proibição.

O envolvimento do regime saudita com o Estado Islâmico não é novidade nem para os círculos políticos de Washington. Entre os emails enviados por Hillary Clinton publicados pelo Wikileaks, na troca de correspondência com o que viria ser o seu diretor de campanha, John Podesta, a ex-responsável da diplomacia norte-americana citava um relatório que defendia maior “pressão sobre os governos do Qatar e Arábia Saudita, que estão a dar apoio financeiro e logístico clandestino ao Estado Islâmico e outros grupos sunitas na região”.

A Arábia Saudita intervém militarmente na guerra civil no Iémen, país que anunciou ir "reavaliar" a autorização dada aos EUA para lançar operações militares de comandos no terreno. A primeira operação executada pela administração Trump, que tinha como alvo as residências de suspeitos de liderar redes terroristas, terminou num banho de sangue com pelo menos quinze mulheres e crianças mortas. No tiroteio morreu também um oficial chefe de equipa dos Navy Seals e outros três militares ficaram feridos.

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