Uma reportagem da TVI deu conta que o Chega escondeu da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos a lista de financiadores do partido nos últimos anos. André Ventura respondeu entregando aos jornalistas o que dizia ser a lista completa de doações financeiras entregues ao Chega desde 2020.
O Esquerda.net teve acesso a esta lista e confirmou que há muitos nomes em falta na lista agora entregue por André Ventura. Em relação à lista divulgada em 2022 pela revista Sábado, a partir de extratos bancários de 2021 entregues ao organismo que regula a transparência das contas dos partidos, a ausência que mais se destaca na lista de Ventura é a de Manuel Carlos de Melo Champalimaud, que nesse ano participou num jantar do partido em Monsanto e deu dinheiro ao Chega quando era o maior acionista dos CTT.
Dos financiadores da família Champalimaud, o acionista dos CTT não é o único a "evaporar-se" da lista agora entregue por Ventura. Miguel de Mendia Montez Champalimaud, o dono do hotel de luxo em Cascais The Oitavos, onde o Chega já organizou almoços com financiadores, também financiou o Chega em 2021, no mesmo dia em que Miguel Vilardebó Sommer Champallimaud e Mafalda Mendia Champallimaud transferiram cada um dez mil euros para a conta do Chega. Mafalda voltou a dar dinheiro ao Chega em janeiro de 2022, mas a lista de Ventura omite também esta doação.
Eduardo Guedes Queiroz Mendia, ex-administrador do ramo imobiliário do Grupo Espírito Santo, a Espart, é outro elemento do clã Champalimaud que financiou o Chega em 2021 e 2022, de acordo com os mesmos extratos bancários, mas o seu nome também não consta da lista entregue por Ventura aos jornalistas. O mesmo acontece com outros três elementos da família: Eduardo Melo Castro Mendia, Luís Eduardo Mendia de Castro e Nuno Mendia, reincidentes nas doações e ausentes desta lista com que o líder do Chega pretendia provar a "transparência" das suas contas.