Borges nas privatizações e na Jerónimo Martins "é inaceitável"

16 de março 2012 - 16:45

O gestor nomeado por Passos Coelho para tratar do dossier das privatizações prepara-se para entrar na administração da Jerónimo Martins. Ana Drago diz ser "inaceitável" manter Borges "com um pé no privado e um pé nos interesses públicos que vão passar para interesses privados".

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Alexandre Soares dos Santos e Pedro Passos Coelho em conferência do PSD, 19 de fevereiro de 2011 – Foto de Nuno André Ferreira/Lusa

"É absolutamente inaudito que alguém que desempenha funções com este grau de importância como acompanhar a questão das privatizações, ou seja, de passar património público para a mão dos privados, possa simultaneamente exercer, como se fosse um ‘turbo-gestor' funções de gestão na Jerónimo Martins, um dos principais grupos portugueses", afirmou a deputada do BE Ana Drago, numa declaração aos jornalistas no Parlamento.



A proposta de entrada do ex-gestor do Goldman Sachs, que recentemente dirigiu o departamento europeu do Fundo Monetário Internacional, na administração da Jerónimo Martins foi feita pelo acionista maioritário, Alexandre Soares dos Santos, apesar de Borges ter sido recentemente nomeado para dirigir uma equipa - remunerada com 25 mil euros mensais - para preparar a privatização de várias empresas públicas.



Para Ana Drago, a notícia da contratação deste "tubo-gestor" pela holding que detém a cadeia de supermercados Pingo Doce revela que, como sugere o slogan publicitário, "de janeiro a janeiro os amigos do Governo vão arranjando lugares para o ano inteiro".