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Bolsonaro afirma que ONGs ambientalistas são “cancro” que não consegue matar

A Human Rights Watch e a Greenpeace Brasil consideram que as declarações de Jair Bolsonaro “mostram o desprezo absoluto pelas ações das ONGs” e têm como objetivo esconder que as suas políticas anti-ambientais têm acelerado a destruição da Amazónia.
Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro. Foto de Marcos Brandão/Senado Federal, Flickr.

Numa transmissão em direto nas redes sociais, na passada quinta-feira, Bolsonaro dirigiu-se a quem está numa “ongzinha”, afirmando que as organizações não governamentais (ONG) não o assustam: “Vocês sabem que as ONGs não têm vez comigo. A gente bota para quebrar em cima desse pessoal”, afirmou, ipsis verbis, o presidente brasileiro. Jair Bolsonaro acrescentou ainda que não consegue matar esse cancro que existe na Amazónia.

Entre outras questões, Bolsonaro referia-se à campanha internacional defundbolsonaro.org, lançada na internet esta semana,e que reúne indígenas e ambientalistas para pressionar governos, empresas e investidores no sentido de pararem de financiar a destruição da Amazónia. A campanha tem como slogan "Bolsonaro está a queimar a Amazónia. Novamente. De que lado está?".

Reagindo às declarações do presidente brasileiro, a Human Rights Watch emitiu uma nota em que frisa que estas declarações refletem “o desprezo absoluto [de Bolsonaro] pelas ações das ONGs”, bem como a sua vontade de “esconder o facto de que as suas políticas anti-ambientais têm acelerado a destruição da floresta, com consequências muito graves para a segurança daqueles que tentam defendê-la”.

Já a Greenpeace Brasil repudiou o "rompante autoritário [de Bolsonaro] onde a palavra 'matar' é recorrente" e afirmou que, com o seu discurso "violento e inaceitável", o presidente "só demonstra que não está disposto a tomar qualquer tipo de ação efetiva para evitar que a Amazónia seja destruída".

"Os dados dos satélites mostram quem é o verdadeiro cancro da floresta", acrescentou a Greenpeace.

"Enquanto procura culpar terceiros pelos estragos da sua própria política, a floresta queima e a imagem brasileira desintegra-se internacionalmente. Bolsonaro pode tentar, mas não conseguirá matar a esperança dos brasileiros que lutam em defesa da vida e da floresta", frisa a Greenpeace.

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