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Bloco quer aplicar fundos estruturais na ferrovia

Os 700 milhões de euros reservados para a requalificação da linha entre Aveiro e Vilar Formoso, chumbada por Bruxelas, devem ser aplicados noutras linhas com serviço em estado de degradação, defendeu Heitor de Sousa.
Comboio regional na Linha do Vouga. Foto Nuno Morão/Flickr

"A modernização da linha para transporte de passageiros e mercadorias entre Aveiro e Vilar Formoso não foi aprovada pela Comissão Europeia e os 700 milhões de euros [reservados para esse efeito pelo programa Ferrovia 2020] devem ser reencaminhados para outros projetos ferroviários", defendeu esta segunda-feira o deputado bloquista Heitor Sousa, em visita a Espinho.

Citado pela agência Lusa, Heitor de Sousa criticou o governo por resistir “a abandonar o projeto na esperança de que a Comissão Europeia venha a aprová-lo”, enquanto “outras linhas férreas com bastante importância para o país já podiam estar a usufruir dessas verbas”.

"É que os tais 700 milhões de euros não foram para a linha até Vilar Formoso nem foram para mais lado nenhum", sublinhou. "Como se não bastasse uma parte dos projetos do Ferrovia 2020 estarem bastante atrasados, estimando-se que ano e meio a dois anos, ainda se vai desperdiçar esta oportunidade", criticou.

Uma das linhas que poderia beneficiar dessas verbas para obras de requalificação é justamente a Linha do Vouga, onde "já existe um estudo de viabilidade feito pela Área Metropolitana do Porto" para o troço entre Oliveira de Azeméis e Espinho.

Este estudo "prevê que a linha seja requalificada para passar de via estreita a via larga, adaptando-se à bitola ibérica, e isso permitiria que os comboios circulassem diretamente até à estação principal de Espinho, para se ligarem à Linha do Norte", afirmou o deputado, concluindo que “isso garantiria à Linha do Vouga mais velocidade, maior frequência de comboios e, no geral, mais qualidade de serviço”.

A aposta no modo de transporte ferroviário, com a requalificação da ferrovia existente, devia levar a que estas verbas fossem também aproveitadas na Linha do Oeste, onde a requalificação prevista apenas até às Caldas da Rainha "passasse a verificar-se no troço integral da ferrovia, até Coimbra B ou à Figueira da Foz”, prosseguiu Heitor de Sousa, desafiando o PS a “perceber que isto é condição para que Portugal combata efetivamente as alterações climáticas”.

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