Pedro Filipe Soares referiu que há um "jogo do passa culpas" entre o FMI, o BCE e a Comissão Europeia e considerou que a troika pretende “ilibar a austeridade” quanto ao desastre dos seus planos para Grécia, Portugal, Irlanda, Chipre e Espanha.
"No que importa, que é a política de austeridade que está a destruir o país, o governo e a ‘troika’ parecem não querer ter uma posição diferente", disse Pedro Filipe Soares, que fez estas declarações em conferência de imprensa, nesta segunda-feira, em frente ao edifício da Segurança Social, em Aveiro.
Pedro Filipe Soares apelou também à participação na próxima greve geral, considerando que é "um momento importante para dizer aos governantes que estão a mais" e que deve mobilizar todos os que são "contra os novos cortes e mais do mesmo sobre os que não aguentam mais sacrifícios".
O líder parlamentar do Bloco denunciou também que o chamado guião da reforma do Estado, apresentado por Paulo Portas na reunião do conselho de ministros do passado sábado, "o tal guião dos cortes", ficou "secreto" e "quando isso acontece, é porque há mais malfeitorias que o Governo quer esconder".
O deputado bloquista prevê que o Governo "tem na manga" mais cortes na segurança social, aumento da idade de reforma, cortes nas reformas, despedimento de funcionários públicos, cortes na Saúde e na Educação.
Pedro Filipe Soares criticou também a “demagogia e enorme hipocrisia” do CDS-PP, lembrando que Paulo Portas dizia que tinha uma política de transparência e tem afinal uma "política de ocultação, que esconde o que as pessoas deviam saber, e propõe um novo ataque aos pensionistas e aos que estão perto da reforma, através do aumento da idade para se reformarem sem penalização".
O líder parlamentar do Bloco afirmou ainda sobre Paulo Portas: "É ministro de Estado do Governo que mais aumentou os impostos sobre o trabalho, através da mudança dos escalões de IRS e do fim das deduções à coleta, e com criação da sobretaxa no IRS. O Bloco de Esquerda levou quarta-feira ao Parlamento a proposta de eliminação da sobretaxa e o CDS continuou fiel à política do Governo e infiel às promessas que faz ao País".
