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Bancos quase duplicaram os lucros este ano

Algumas explicações são aumento das verbas recebidas por comissões e da diferença entre juros que os bancos pagam para obter financiamento e os que cobram quando emprestam dinheiro. Ainda assim, dizem que têm uma “rentabilidade muito baixa”.
Caixa Multibanco. Foto de Paulete Matos.
Caixa Multibanco. Foto de Paulete Matos.

Os seis principais bancos portugueses quase duplicaram os lucros relativamente ao ano passado.

Comparando os primeiros nove meses do ano com o mesmo período de 2021, BCP, BPI, Caixa, Montepio, Novo Banco e Santander obtiveram lucros no valor de 1,9 mil milhões de euros, ou seja um aumento de 83,4%.

Estas contas foram feitas pelo JN/Dinheiro Vivo. E estes órgãos de comunicação social avançam explicações como o crescimento da economia que permitiu reduzir imparidades e o aumento da margem financeira, o que se traduz num aumento da diferença dos juros que os bancos pagam para obter financiamento e os que cobra quando emprestam dinheiro. Esta margem aumentou 16,6% para 3,9 mil milhões de euros.

Outra explicação encontra-se no aumento de dinheiro recebido através das comissões bancárias que foi de 9%, superando os dois mil milhões de euros. O jornal diz que isto aconteceu não porque os preços cobrados tenham aumentado mas porque aumentou o número de transações e subscrições de serviços.

Para além disso, subiu o ritmo dos depósitos em 7%, para 246 mil milhões, ao passo que abrandou a subida dos créditos tendo sido 0,8%, para 176 mil milhões de euros.

Há que não esquecer ainda a continuação de cortes. Num ano, estes bancos desfizeram-se de 5,7% e cortaram em 4,7% os quadros de pessoal.

Os bancos recusam a ideia de lucros excessivos, queixam-se da carga fiscal “elevada” e dizem que há uma “rentabilidade ainda baixa, que precisa de ser reforçada”. Vítor Bento, presidente da Associação Portuguesa de Bancos, disse ao Expresso que “para assegurar a remuneração do capital empatado na banca, cerca de 40 mil milhões, é preciso que os lucros gerados sejam, no mínimo, de três mil milhões”.

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