Argentina: Protesto policial cercou residência do Presidente

11 de setembro 2020 - 11:39

Agentes policiais de Buenos Aires cercaram a residência oficial do presidente da Argentina, Alberto Fernández. Governador anunciou aumento salarial de 30%, mas os protestos continuam.

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Polícia bonaerense faz cerco a residência presidencial
Foto de Soledad Martínez | Facebook

Os protestos da polícia da província de Buenos Aires têm acontecido um pouco por toda a região e exigem aumentos salariais de 56%. Segundo os manifestantes, os salários que recebem fazem-nos estar debaixo do patamar de pobreza. As manifestações, que começaram por ter um cariz provincial, tornaram-se nacionais depois dos polícias se concentrarem à volta da residência oficial do presidente da Argentina, Alberto Fernández, na Quinta dos Olivos.

Segundo o jornal argentino La Nación, o presidente Alberto Fernández convidou por duas vezes os manifestantes para o diálogo, mas os polícias rejeitaram o convite. “Não vamos entrar, que saia o governador e o Presidente para falar connosco”.

O presidente da Argentina teceu duras críticas aos protestos e acusou os manifestantes de se esconderem porque “isto não se resolve escondidos nos carros de serviço e a tocar as sirenes, isto resolve-se a falar frontalmente”.

Estas manifestações não têm uma liderança conhecida e há quem aponte o ex-presidente Macri de as estar a incentivar. Na quarta-feira subiram de tom, mesmo apesar do anúncio de um aumento salarial de 30%, feito pelo governo provincial de Buenos Aires, liderado por Axel Kicillof.

Em conferência de imprensa, Alberto Fernández agradeceu a todos os que se preocuparam com ele devido ao cerco que a residência oficial sofreu e refere que “confia nesta Argentina que vê a democracia como o único caminho e o institucionalismo como a única forma de resolver os problemas. Quero construir uma boa polícia em Buenos Aires”.

Com os governos de Macri, os argentinos enfrentaram dois anos seguidos de recessão e uma inflação extremamente alta. A pandemia da covid-19 apareceu neste cenário interno, de uma situação económica complicada.

Alberto Fernández ganhou as eleições presidenciais em outubro de 2019 após derrotar o neoliberal Macri, e tem como vice-presidente Cristina Kirchner, que também já foi presidente do país.

De acordo com El Clarín, Axel Kicillof, governador da província de Buenos Aires, acabou por anunciar o aumento do salário mínimo para a polícia bonaerense, equiparando-os a polícia federal.