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Argentina assina resgate com o FMI

O governo de direita de Mauricio Macri assinou plano de resgate com o Fundo Monetário Internacional (FMI) de 50.000 milhões de dólares, pelo qual terá que fazer cortes de mais de 15.000 milhões em três anos e ter superavit em 2021.
O FMI impõe que a Argentina faça cortes de mais de 15.000 milhões em três anos
O FMI impõe que a Argentina faça cortes de mais de 15.000 milhões em três anos

Na passada sexta-feira, 8 de junho, foi divulgado o acordo que o governo de Macri vinha negociando desde 8 de maio com o FMI, após a queda da moeda argentina (peso) em 25% em relação ao dólar, num mês, a perda de 6.500 milhões de dólares de reservas monetárias do Banco Central da Argentina e o aumento das taxas de juro em mais de 40%.

A Argentina receberá um empréstimo de 50.000 milhões de dólares (cerca de 10% do PIB argentino), terá de baixar o défice público de 2,7% para 1,3% em 2019 e terá que chegar a superavit em 2021. O acordo tem a duração de 36 meses.

Segundo a Bloomberg, o governo argentino terá de cortar em despesa pública ou aumentar impostos num montante de 15.000 milhões de dólares em três anos (2018-2021). Além disso, deverá também baixar a inflação para 17% no próximo ano, para 13% em 2020 e 9% em 2021.

O protesto de 25 de maio encheu o centro de Buenos Aires
O protesto de 25 de maio encheu o centro de Buenos Aires

Só em setembro deverão ser conhecidos os cortes concretos no orçamento de Estado da Argentina para 2019, mas são previsíveis cortes salariais e aumento de preços dos serviços públicos.

Além dos 50 mil milhões do empréstimo do FMI, a Argentina deve ainda fazer outros empréstimos no montante de 5.650 milhões de dólares a outras entidades (Banco Interamericano de Desenvolvimento 2.500 milhões de dólares, Banco Mundial 1.700 e CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina1 1.400). E, deverá receber a primeira tranche do empréstimo em 20 de junho próximo, no montante de 15.000 milhões de dólares. A Argentina deverá pagar o empréstimo em dois anos, em oito quotas trimestrais e os juros variam entre 1,96% e 4,96%.

O acordo prevê também o reforço da autonomia do Banco Central da Argentina.

Mercedes Marcó del Pont, ex-presidente do Banco Central da Argentina entre 2005 e 2008, declarou em entrevista, citada por La Jornada, que “este acordo não é solução para ninguém exceto para o mercado financeiro” e sublinhou que “como sempre, não se preocupam com o que se passa no mundo real da produção, do trabalho e dos reformados”.

A 25 de maio, o centro de Buenos Aires encheu-se com uma manifestação de protesto contra os cortes, os aumentos de preços e o acordo com o FMI, então em negociação.

Veja vídeo do protesto de 25 de maio:


1 CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina, Corporação Andina de Fomento – Banco de Desenvolvimento da América Latina

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