Incêndios

Área ardida é 17 vezes superior à do ano passado

17 de agosto 2025 - 14:12

Metade dos 139 mil hectares ardidos este ano em Portugal foram consumidos pelas chamas nos últimos três dias.

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Floresta ardida.
Foto de Incognita Nom de Plume/Flickr

A vaga de incêndios que tem assolado o centro e o norte do país é a mais devastadora desde o trágico ano de 2017. Segundo os dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, entre 1 de janeiro e 14 de agosto tinham ardido quase 75 mil hectares. Mas nos dias seguintes essa área aumentou para mais de 139 mil hectares, o que é 17 vezes mais do que a área ardida até ao mesmo dia do ano passado. Comparando com os números da área ardida entre 1 de janeiro e 15 de outubro de 2024, os incêndios deste ano já queimaram mais território, ultrapassando os 136 mil hectares então registados.

Quanto ao número de incêndios, o aumento em relação ao ano passado até 15 de agosto foi de 79%. Nos últimos dias, os incêndios ativos mais preocupantes tiveram origem nos concelhos de Arganil, Sátão, Trancoso, Lousã, Freixo de Espada a Cinta e Lousada, afetando também os concelhos vizinhos.

Na sexta-feira o antigo presidente da junta de Freguesia de Vila Franca do Deão, no concelho da Guarda, morreu a combater as chamas junto à aldeia e uma das pessoas que o acompanhavam ficou ferida com queimaduras graves.

Apesar de ter decretado a situação de alerta no país devido ao risco de incêndio desde o dia 2 de agosto, só esta sexta-feira o primeiro-ministro decidiu interromper as suas férias no Algarve. O Presidente da República tinha avisado que a sexta-feira seria o dia mais complicado no que diz respeito ao risco de incêndio, mas o PSD manteve a sua tradicional festa do Pontal no calçadão de Quarteira na noite da véspera. No seu discurso de rentrée política, Luís Montenegro criticou as estações televisivas que naquele momento dividiam o ecrã ao meio com as transmissões em direto do seu discurso de um lado e dos incêndios por todo o país do outro.