Fontes do Parquet National Financier, a instituição francesa encarregue de investigar crimes económicos e financeiros altamente complexos, confirmaram esta sexta-feira que está a decorrer uma investigação preliminar ao grupo de telecomunicações Altice por suspeitas de corrupção. O caso agora conhecido foi aberto em setembro do ano passado e os crimes em causa são corrupção de pessoas que não exercem funções públicas, branqueamento de capitais e ocultação de crimes.
A notícia foi avançada em primeiro lugar pela Bloomberg e o advogado de Armando Pereira, Jean Tamalet, confirmou-o acrescentando que o seu cliente ”só quer uma coisa: que a investigação avance com rapidez e eficiência” e que espera que os fornecedores da empresa em França sejam auditados de forma a esclarecer se a Altice foi prejudicada e quem lucrou.
A investigação francesa segue-se à portuguesa “Operação Picoas”. Armando Pereira, co-fundador do grupo, tinha sido preso em julho do ano passado, tendo sido libertado em outubro depois de pagar uma caução de dez milhões de euros, ficando em prisão domiciliária. Depois de uma investigação de três anos, pende sobre ele a acusação de ter montado um esquema financeiro que terá lesado o Estado em centenas de milhões de euros. Os crimes em causa aqui são corrupção ativa e passiva, fraude fiscal, branqueamento de capitais e falsificação.
O grupo multinacional, detido por Patrick Drahi, tem de fazer face a uma dívida de perto de 60 mil milhões de euros. O seu patrão estará a preparar-se até para vender parte da SFR, a operadora de comunicações que é o seu principal ativo. Para além disso, equaciona-se a venda de meios de comunicação importantes que detém como a BFMTV e a RMC.