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60 detenções na terceira noite de protestos em Minneapolis

A morte de mais um jovem negro baleado pela polícia volta a indignar os Estados Unidos. Daunte Wright morreu a poucos quilómetros do local onde está a ser julgado o agente acusado do assassinato de George Floyd.
Protesto em Minneapolis no domingo. Foto de Chad Davis/Flickr

Nem o recolher obrigatório decretado pelo mayor de Minneapolis nem o anúncio da demissão do chefe da polícia de Brooklyn Center e da agente responsável pelo tiro fatal conseguiram demover os protestos pela terceira noite consecutiva. Centenas de pessoas dirigiram-se junto à esquadra deste subúrbio de Minneapolis e 60 pessoas acabaram por ser detidas, após horas de protestos que contaram com o arremesso de latas e pedras contra a polícia.

Os protestos duram desde domingo, quando uma agente policial baleou um jovem afroamericano após uma operação stop. A agente, Kim Potter, tem 26 anos de serviço, mas apesar desta experiência alega que se enganou ao puxar do revólver em vez do taser para imobilizar o jovem.

Segundo os relatos da imprensa, Daunte Wright, de 20 anos, conduzia um automóvel acompanhado da namorada quando foi mandado parar pela polícia no domingo. A aparente infração seria o ambientador pendurado no espelho retrovisor, que as regras de trânsito no estado do Minnesota não permitem. O seguro do carro estaria caducado e Wright tinha uma ordem de detenção pendente há um ano por ter faltado a audiências em tribunal. O jovem ainda ligou à mãe para dizer que estava a ser detido e resistiu a ser algemado. Apesar de se encontrar desarmado, foi baleado à queima roupa quando voltou a entrar no carro para tentar fugir no local, acabando por embater noutro veículo.

O assassinato ocorreu a poucos quilómetros do local onde está a ser julgado Derek Chauvin, o agente acusado de assassinar George Floyd, sufocando-o com o joelho em maio de 2020. As autoridades locais tinham reforçado o orçamento de segurança e chamado a Guarda Nacional para prevenir a eventual subida da tensão social durante o julgamento, que já vai na terceira semana.

Uma das principais figura políticas do país a reagir ao assassinato foi a vice-presidente Kamala Harris, afirmando que tanto ela como o presidente Biden estão ao lado da família nesta hora de luto. “Ele devia estar vivo hoje”, afirmou Harris na terça-feira. “Sabemos que vai continuar a morrer gente se não enfrentarmos a injustiça racial e as desigualdades no nosso país, desde o preconceito implícito aos sistemas estragados”.

 

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